Foto: PRIMO/INSTITUTE FOR ADVANCED STUDY
Quinta, 13 de abril de 2023 - 10:05:45
Histórica 1ª imagem de buraco negro ganha cara mais nítida após pesquisa chefiada por brasileira
CIÊNCIA
Foto ‘borrada’ captada pelo Event Horizon Telescope foi aperfeiçoada por equipe liderada pela astrofísica Lia Medeiros, revelando detalhes até então desconhecidos do gigante M87*.

A primeira imagem já feita de um buraco negro na história da astronomia ganhou uma cara nova. Agora, aquela foto aparentemente “borrada” de M87*, divulgada em 2019, pode ser vista com mais definição e detalhes inéditos (veja acima).

E tudo isso graças ao trabalho de uma astrofísica brasileira, Lia Medeiros, pesquisadora do Instituto de Estudos Avançados dos Estados Unidos.

Num estudo divulgado nesta quinta-feira (13), ela e outros cientistas membros do projeto de colaboração internacional Event Horizon Telescope – EHT (ou Telescópio do Horizonte de Eventos, em português) divulgaram o novo registro de Pōwehi, como também é chamado o objeto astronômico.

"Com a primeira imagem de M87* aprendemos muito sobre o buraco negro em si e sobre como o ele engole a matéria ao seu redor. Agora, com essa nova imagem mais nítida, vamos poder fazer novos testes da gravidade e aprender mais ainda sobre o que está acontecendo com a matéria ao redor do buraco negro", explica Lia em entrevista ao g1.

 

“Como não podemos estudar os buracos negros de perto, os detalhes de uma foto desempenham um papel crucial na compreensão de seu comportamento”, detalha.

Na imagem, o buraco negro que está a cerca de 50 milhões de anos-luz da Terra aparece com uma região central maior e mais escura, cercado pelo gás brilhante e superaquecido em formato de “rosquinha” que paira ao seu redor – o M87*, de fato, é invisível aos nossos olhos, já que nem mesmo a luz consegue escapar de ser atraída por buracos negros.

Para realizar a façanha, os pesquisadores utilizaram dados de observações de 2017 do EHT e, com isso, montaram uma espécie de quebra-cabeça através de algoritmos sofisticados e o uso de inteligência artificial.

Texto/Fonte: G1