O Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox) da Unicamp confirmou que, na ausência de medicamentos específicos, equipes médicas já recorreram ao uso de vodca por sonda em pacientes intoxicados por metanol. A estratégia é usada para “ganhar tempo” até o início do tratamento adequado.
Segundo a médica Camila Prado, o fígado metaboliza primeiro o etanol presente na bebida, retardando a ação tóxica do metanol e permitindo que o corpo o elimine. O uso da vodca é preferido por ter teor alcoólico estável (cerca de 40%), o que torna o cálculo de dosagem mais preciso.
O antídoto mais eficaz é o fomepizol, considerado padrão pela OMS, mas indisponível no Brasil. Esse medicamento age diretamente na enzima que transforma o metanol em ácido fórmico — substância responsável pelos danos graves, como cegueira, falência de órgãos e morte.
O etanol puro também pode ser usado, porém mantém o paciente em estado de embriaguez durante o tratamento e apresenta efeito mais lento. “É eficiente, mas menos ágil e mais tóxico do que o fomepizol”, explica o toxicologista Eduardo Mello de Capitani, da Unicamp.
???? O metanol, usado na indústria, é altamente tóxico quando ingerido. Mesmo em pequenas doses pode causar náuseas, convulsões, danos ao sistema nervoso, perda da visão e levar ao coma ou morte.