Foto: Guarda Costeira dos EUA
Tuesday, 05 de August de 2025 - 17:26:55
Implosão do submarino Titan foi causada por casco defeituoso e negligência da Oceangate, aponta investigação
RELATÓRIO REVELA FALHAS GRAVES NO PROJETO

A implosão do submarino Titan durante expedição aos destroços do Titanic, em junho de 2023, foi causada por falhas estruturais no casco e pela negligência sistemática da empresa Oceangate. A conclusão foi divulgada nesta terça-feira (5) pela Guarda Costeira dos EUA. Segundo o relatório, o submersível foi projetado sem seguir princípios básicos de engenharia, e a empresa ignorou alertas técnicos e protocolos de segurança por anos.

O Titan afundou a cerca de 3.350 metros de profundidade, matando instantaneamente os cinco ocupantes — entre eles, o CEO da Oceangate, Stockton Rush, e três bilionários. A investigação revelou que a estrutura de fibra de carbono usada no casco apresentava defeitos graves, como falhas no enrolamento, colagem e espessura. Além disso, a Oceangate não avaliou adequadamente a vida útil do casco e continuou usando o veículo mesmo após sinais de comprometimento estrutural em expedições anteriores.

O documento também denuncia que a empresa cultivava um ambiente de trabalho tóxico, pressionando funcionários a ignorar preocupações técnicas. Relatos de ex-funcionários revelam que Stockton Rush planejava registrar o Titan nas Bahamas e operá-lo a partir do Canadá para fugir da fiscalização americana. Um deles afirmou que Rush chegou a dizer que “compraria um congressista” caso a Guarda Costeira criasse obstáculos.

Depoimentos colhidos em audiência pública em 2024 reforçaram as acusações de descaso e ganância. O ex-diretor de engenharia da Oceangate, Tony Nissen, se recusou a pilotar o Titan por não confiar na segurança do veículo. Já o ex-diretor de operações, David Lochridge, afirmou que a empresa usava a “ciência” como fachada para justificar uma operação comercial cujo foco principal era o lucro.

Apesar de alegações da Oceangate sobre parcerias com a NASA e a Boeing, funcionários dessas instituições afirmaram que sua participação no projeto foi limitada. A Guarda Costeira conclui que a empresa explorou brechas regulatórias para operar à margem de normas internacionais de segurança em mergulho profundo.

Texto/Fonte: G1