Foto: X/@JeanPormanove
Tuesday, 19 de August de 2025 - 14:53:18
Influenciador francês morre ao vivo e alerta para violência online
MORTE DURANTE TRANSMISSÃO AO VIVO NA FRANÇA ACENDA ALERTA SOBRE VIOLÊNCIA ONLINE

O influenciador francês Raphaël Graven, de 46 anos, conhecido como Jean Pormanove ou JP, morreu durante uma transmissão ao vivo na plataforma Kick na madrugada de segunda-feira (18). O caso motivou a abertura de um inquérito pelo Ministério Público de Nice para apurar as causas da morte e possíveis responsabilidades.

Graven participava de vídeos em que era submetido a violência e humilhações por seus dois parceiros de conteúdo, conhecidos como Narutovie e Safine. O vídeo da transmissão foi amplamente compartilhado e mostra Graven inconsciente sob um edredom, enquanto outros dois homens interagem com ele, incluindo o lançamento de uma pequena garrafa de plástico.

O MP investiga violência coletiva intencional contra pessoas vulneráveis e a divulgação de imagens que configuram ofensa intencional à integridade pessoal. A conta do influenciador tinha mais de 500 mil inscritos, e milhares de pessoas teriam assistido ao conteúdo.

A ministra-delegada para Inteligência Artificial e Tecnologia Digital da França, Clara Chappaz, classificou o caso como “um horror absoluto” e denunciou o episódio ao Pharos, órgão francês de combate à violência online, enfatizando que plataformas têm responsabilidade legal pela disseminação de conteúdos ilegais. A plataforma Kick afirmou que não forneceria informações devido à política de privacidade, mas em seus termos de uso proíbe conteúdo que retrate ou incite violência hedionda.

Histórico de abusos

Jean Pormanove já havia sido alvo de controvérsias em 2024, quando reportagens do site Médiapart destacaram que os influenciadores exploravam vítimas em transmissões online para monetização. As vítimas, incluindo Graven e uma pessoa com deficiência, eram submetidas a zombarias, jatos de água, tinta, tapas e estrangulamentos, enquanto conteúdos como “Números e Analfabetos” visavam ridicularizar suas capacidades mentais.

O caso reacende o debate sobre os riscos de conteúdos violentos e a responsabilidade das plataformas digitais na moderação e prevenção de abusos online.

Texto/Fonte: G1