A deputada estadual reeleita Janaina Riva (MDB) tenta quebrar a resistência dos colegas - especialmente Eduardo Botelho (União) e Max Russi (PSB) - à ideia de uma mulher como presidente da Casa.

“Eu tenho dito ao [Eduardo] Botelho, Max [Russi]: “Gente, eu sou a única mulher. A mais votada pela segunda vez, precisa abrir espaço”. Mas é difícil. Aqui na Assembleia a gente ainda tem um conservadorismo muito grande”, criticou.

“[Machismo] tem um pouco também, mas na verdade não acho nem que é machismo, é mais questão de identidade entre sexos mesmo. São mais homens, eles acabam se dando melhor, é natural. É uma pena a gente não ter mais mulheres”.

A deputada foi reeleita para a terceira legislatura consecutiva e, desde 2014, é a única mulher no Parlamento estadual. Desde 2019, Janaina ocupa o cargo de vice-presidente.

O deputado Botelho é presidente desde 2017, sendo reeleito por três vezes para os mandatos bienais. Já Max Russi foi 2º vice-presidente em 2017, e desde 2019 é primeiro-secretário.

“Aos poucos a participação da mulher vem acontecendo. Não tenho essa fixação toda. Acho importante, vou tentar construir isso, mas sem a radicalização da pauta. Não é uma coisa assim, tudo ou nada”.

Apoio do Governo

Segundo a deputada, até o momento ela não viu movimentação do governador Mauro Mendes (União) no sentido de declarar apoio a qualquer um dos candidatos que pretendem concorrer à eleição da Mesa.

“É até uma surpresa para mim, mas estou considerando ele muito isento nesse processo. O Botelho naturalmente já está lá, até agora eu não soube de nenhum deputado que o governador ligou para pedir apoio, algo assim, e acho que ele não vai fazer”, avaliou Janaina.

Para ela, é pouco provável que Mendes escolha um lado, pois criaria uma situação ruim para ele, uma vez que todos são da base.

“O Botelho e o Max almejam a presidência também. Acho que é difícil para o governador tomar partido, e acho que ele faz muito bem de não entrar nessa discussão de Mesa”. 

“Ele tomou a atitude correta de não se pronunciar sobre. Acho que ele já adquiriu experiência para entender que se ele tomar qualquer lado, para ele será prejudicial”.