O influenciador digital Hytalo Santos enfrenta uma série de medidas judiciais e investigações desde que, no dia 6 deste mês, o youtuber Felca — com mais de 4 milhões de inscritos — citou seu nome em um vídeo que tratava da produção de conteúdo envolvendo menores de idade. Embora o Ministério Público da Paraíba (MPPB) já investigasse o caso desde 2024, as denúncias ganharam repercussão nacional após a publicação.
Na terça-feira (12), a Justiça da Paraíba determinou o bloqueio do acesso de Hytalo às suas redes sociais, atendendo a um pedido da promotora Ana Maria França, que também solicitou a desmonetização de vídeos já publicados. A decisão ainda proibiu que ele mantenha contato com adolescentes citados nos processos, medida de caráter provisório.
Um dia depois, na quarta-feira (13), um mandado de busca e apreensão foi cumprido em um condomínio de luxo no bairro Portal do Sol, em João Pessoa. Na ocasião, o imóvel estava fechado. Em nova tentativa, os policiais entraram na residência, autorizados a arrombar portas, se necessário. Nesta quinta-feira (14), a Justiça autorizou novas buscas em endereços ligados ao influenciador, desta vez relacionadas à investigação conduzida pela promotoria de Bayeux.
As apurações ocorrem em duas frentes: em Bayeux, denúncias indicam que adolescentes faziam topless e participavam de festas com bebida alcoólica; em João Pessoa, o promotor João Arlindo apura suspeitas de um esquema para conseguir a emancipação desses menores em troca de presentes, como celulares. Nos dois casos, Hytalo negou as acusações, e as vítimas foram ouvidas apenas no processo de João Pessoa para evitar revitimização.
O Ministério Público do Trabalho (MPT) também conduz investigação. Segundo o procurador Flávio Gondim, foram analisados mais de 50 vídeos e colhidos mais de 15 depoimentos de pessoas ligadas à produção de conteúdo para as redes sociais de Hytalo. Há ainda um pedido conjunto do MPPB, MPT e Polícia Civil para que a Loteria do Estado da Paraíba (Lotep) suspenda uma empresa de rifas e sorteios ligada ao influenciador, por uso irregular de imagens de menores. A Lotep informou que ele teria atuado apenas como divulgador contratado.
Em nota, a defesa afirmou que Hytalo está à disposição da Justiça para prestar esclarecimentos e reitera que ele “jamais compactuou com qualquer ato atentatório à dignidade de crianças e adolescentes”, apostando que tudo será esclarecido no decorrer das investigações.