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Thursday, 14 de August de 2025 - 13:46:46
Justiça mantém preso empresário acusado de matar gari após discussão de trânsito
CRIME EM BELO HORIZONTE

A Justiça de Minas Gerais converteu em preventiva a prisão do empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, acusado de matar o gari Laudemir de Souza Fernandes durante uma briga de trânsito na última segunda-feira (11), em Belo Horizonte. A decisão foi tomada pelo juiz Leonardo Damasceno, da Central de Audiência de Custódia, que descreveu o acusado como alguém de “personalidade violenta e desequilibrada”. O magistrado também destacou que Renê, após o crime, foi para uma academia, comportamento que considerou relevante para análise da conduta.

O Ministério Público pediu a prisão preventiva durante a audiência de custódia, realizada nesta quarta-feira (13). A defesa solicitou o relaxamento da prisão e alegou que não havia provas suficientes para manter o acusado detido, ressaltando que ele é réu primário, possui bons antecedentes e residência fixa. Também foi requerido sigilo no processo, mas o pedido foi negado.

O juiz rejeitou os argumentos da defesa, citando reconhecimento de testemunhas, imagens de câmeras de segurança que flagraram o veículo do suspeito na cena do crime e a perseguição policial contínua até a prisão. Ele classificou o caso como homicídio qualificado e crime hediondo, reforçando a gravidade do episódio e a necessidade de punição.

Segundo a investigação, o crime ocorreu após Renê exigir que um caminhão de coleta de lixo fosse retirado da via. A motorista afirmou que havia espaço para passagem, mas o empresário teria ameaçado atirar nela. Os garis tentaram intervir, e Laudemir acabou baleado.

Renê foi preso em flagrante na academia, no bairro Estoril, poucas horas depois do crime. Duas armas pertencentes à esposa dele, a delegada Ana Paula Lamego Balbino Nogueira, foram apreendidas na residência do casal e serão periciadas. A delegada, que não estava presente no momento dos disparos, foi conduzida à Corregedoria da Polícia Civil para prestar esclarecimentos e teve o celular apreendido.

A polícia apura se houve negligência da delegada na guarda das armas, o que pode configurar transgressão disciplinar. Renê não tem registro nem porte de arma de fogo. A investigação sobre a conduta de Ana Paula inclui suspeitas de omissão de cautela e prevaricação, e ela permanece no cargo até a conclusão do inquérito.

Texto/Fonte: G1