Foto:
Quinta, 28 de novembro de 2024 - 07:32:32
Justiça torna réus 3 acusados de desviar R$ 10 milhões do Minha Casa, Minha Vida em Mato Grosso
POLÍCIA
As investigações revelaram que os residenciais estavam com as obras totalmente paralisadas desde abril de 2015. Ao todo, deveriam ser construídas 950 moradias – 450 no Residencial Carvalho I e 500, no Residencial Carvalho II.

Três engenheiros de Mato Grosso vão responder pelo crime de peculato pelo desvio de mais de R$ 10,3 milhões provenientes da Caixa Econômica Federal que seriam destinados à construção de conjuntos habitacionais do Programa Minha Casa Minha Vida. Eles foram denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF) por desvios durante a execução das obras do Residencial Carvalho I e Residencial Carvalho II, na cidade de Barra do Garças, entre os anos de 2013 e 2014.

A denúncia do MPF narra que a sócia-administradora de uma construtora celebrou contratos com a Caixa para a construção dos dois residenciais. A partir da execução das obras, outro engenheiro da empresa assinou planilhas de levantamento de serviços (PLS’s) com valores superfaturados. Em seguida, os documentos forjados foram enviados pela gestora da empresa à Caixa Econômica, com o objetivo de obter pagamentos indevidos em favor da construtora.

Para concretizar o desvio dos recursos públicos, os dois engenheiros da construtora contaram com a ajuda do engenheiro responsável por outra empresa. Segundo o MPF, ele agiu na qualidade de encarregado pelo acompanhamento da execução dos empreendimentos, emitindo relatórios de acompanhamento de empreendimentos (RAE’s) em nome da Caixa e viabilizando medições inverídicas que resultaram no pagamento de valores indevidos a uma das empresas.

Segundo o procurador da República Victor Nunes Carvalho, autor da denúncia, as anotações para serem encaminhadas à Caixa, feitas no escritório construtora em Cuiabá, e de acordo com a execução física das obras no canteiro de obras de Barra do Garças (MT), “eram expressivamente alteradas para viabilizar pagamentos indevidos, tendo a CEF verificado por fácil constatação visual vários pontos de inconsistência e serviços que foram pagos sem a correspondente execução”.

As investigações revelaram que os residenciais estavam com as obras totalmente paralisadas desde abril de 2015. Ao todo, deveriam ser construídas 950 moradias – 450 no Residencial Carvalho I e 500, no Residencial Carvalho II. Mas das 33 quadras dos conjuntos residenciais, seis delas não haviam sido construídas e 10 tinham sido consideradas incompletas, totalizando 258 unidades habitacionais não edificadas.

Segundo a denúncia do MPF, ficou confirmado que as planilhas emitidas pela construtora foram assinadas pelo responsável técnico da obra, que atestou serviços de habitação e infraestrutura não executados. Os relatórios de acompanhamentos de empreendimento emitidos pelo engenheiro civil responsável técnico da construtora Panamco, credenciada à Caixa, atestaram serviços de habitação não executados. Por fim, a administradora da construtora participou ativamente da execução das obras, tendo encaminhado as medições superfaturadas à outra empresa para o desvio ilícito de recursos públicos federais.

Texto/Fonte: Com informações Sónoticias