O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu nesta terça-feira (12) ao relatório anual do Departamento de Estado dos Estados Unidos sobre direitos humanos, negando que o Brasil desrespeite normas internacionais. Em discurso no Palácio do Planalto, Lula afirmou que o documento tenta criar uma “imagem de demônio” contra países com os quais os EUA entram em conflito e rebateu as críticas feitas a ele, ao ministro do STF Alexandre de Moraes e à prisão de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Segundo o presidente, o Brasil possui um Judiciário autônomo e não há interferência do Executivo ou do Congresso nos julgamentos em andamento no Supremo Tribunal Federal. “Não aceitaremos a pecha de que no Brasil não respeitamos os direitos humanos”, declarou.

O relatório, entregue ao Congresso americano, avalia a situação de 196 países membros da ONU e é referência mundial, sendo utilizado em tribunais nos EUA e no exterior.

Lula também abordou o tarifaço de 50% imposto pelo presidente Donald Trump a produtos brasileiros, anunciado em julho. O governo brasileiro apresentou um pacote de R$ 30 bilhões em crédito para empresas prejudicadas, adiamento da cobrança de impostos e compra de mercadorias por entes públicos.

Apesar das críticas, Lula afirmou que seguirá buscando negociação com Washington para reverter as tarifas e não pretende adotar medidas de reciprocidade imediatas. Ele reforçou que o Brasil buscará novos mercados e parcerias comerciais, citando a Índia como exemplo. “Quem está com bravata e não quer negociação são eles”, disse o presidente, alertando que a estratégia americana “pode não dar certo”.