Durante seu discurso na Assembleia Geral da ONU, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a democracia e a soberania do Brasil são “inegociáveis” e condenou agressões ao Judiciário, a possibilidade de anistia a golpistas e os “falsos patriotas”. Ele também destacou a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado como uma mensagem firme ao mundo.
A ONU divulgou uma foto de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, acompanhando atentamente a fala de Lula. O brasileiro ainda defendeu a regulação das redes sociais, criticou a atuação de Israel contra o Hamas — chamando de “genocídio em curso” a situação em Gaza — e convidou líderes globais para a COP30, marcada para Belém (PA).
Trump, em seguida, discursou no mesmo evento e voltou a falar sobre o Brasil. O republicano acusou o país de impor “grandes tarifas” contra os EUA em retaliação ao que chamou de “censura, repressão, corrupção judicial e perseguição a críticos políticos”. Apesar das críticas, surpreendeu ao afirmar que teve “uma química excelente” com Lula, a quem descreveu como “um cara muito agradável”.
Analistas, porém, pedem cautela. O professor Vitelio Brustolin, da UFF e pesquisador de Harvard, avaliou que, apesar do gesto positivo, nada indica que Trump adotará uma postura conciliadora em relação ao governo brasileiro. Já o comentarista Marcelo Lins lembrou que, por ser uma figura errática, não é impossível que Trump realmente tenha se impressionado com Lula.
A Assembleia Geral da ONU, que ocorre todos os anos em Nova York, reúne líderes dos 193 países membros da organização.