O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu, nesta quarta-feira, um grupo de ministros que já comandaram governos estaduais para uma avaliação abrangente sobre segurança pública. Segundo a TV Globo, dos nove participantes do encontro, seis acumularam experiência direta na área ao chefiar seus respectivos estados: Rui Costa (Bahia), Waldez Góes (Amapá), Renan Filho (Alagoas), Camilo Santana (Ceará), Geraldo Alckmin (São Paulo) e Wellington Dias (Piauí).
A ministra Gleisi Hoffmann, das Relações Institucionais, afirmou após a reunião que o objetivo central era ouvir as análises de quem já administrou sistemas estaduais de segurança e, ao mesmo tempo, pedir empenho político para avançar no Congresso com projetos considerados prioritários pelo governo — especialmente a PEC da Segurança Pública, atualmente parada na Câmara.
Antes do encontro, um dos ministros presentes descreveu o interesse de Lula em construir uma estratégia comum sobre o tema. Segundo ele, o presidente buscou compreender caminhos possíveis para enfrentar a insegurança e reforçar a coerência do discurso oficial diante do aumento do engajamento público em torno do assunto.
Durante o diálogo, Lula solicitou apoio ativo de seus auxiliares experientes para sensibilizar parlamentares em favor de mudanças que, de acordo com Gleisi, permitiriam integrar de forma constitucional as forças de segurança federais, estaduais e municipais. A ministra destacou que ações conjuntas já ocorrem, mas ainda dependem da disposição de cada gestor, e que a formalização dessa integração garantiria mais estabilidade e previsibilidade.
Ela também afirmou que, apesar da resistência de parte dos governadores à proposta de integração, os ministros que exerceram chefias estaduais manifestaram posição unânime em defesa da medida. Para eles, a atualização das regras facilitaria planejamento conjunto e fortaleceria instrumentos de enfrentamento ao crime organizado.
A ministra mencionou ainda preocupações do governo com pontos do parecer do relator do projeto antifacção, que segue em discussão no Congresso. Entre os itens defendidos pelo Planalto estão a criação do tipo penal “facção criminosa”, o restabelecimento dos fundos da Polícia Federal e o perdimento extraordinário de bens.
Em paralelo ao encontro com Lula, governadores alinhados à direita se reuniram com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e obtiveram o adiamento da votação do projeto contra organizações criminosas, ampliando a disputa política em torno do tema da segurança pública.
