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Segunda, 03 de agosto de 2020 - 18:49:34
Médico legista: Marca de tiro no rosto é visível a olho nu
POLÍCIA
"Em um tiro de curta distância ficam resíduos de pólvora. Uma pessoa com o mínimo de conhecimento sobre tiros consegue identificar que a abertura foi causada por uma bala", disse o médico

O médico legista, Emanoel Elias de Rezende, para esclarecer dúvidas geradas pelo depoimento do empresário Marcelo Cestari, pai da adolescente apontada como responsável pelo tiro que matou Isabele Guimarães, de 14 anos, no dia 12 de julho, no condomínio Alphaville I, na Capital. Segundo o especialista, mesmo que o tiro não deixe um grande estrago, ele é visível e deixa uma passagem de entrada na vítima, e no caso de curta distância, resíduos de pólvora ficam na abertura.

“Um orifício de entrada é criado pelo objeto perfuro cortante [bala] e perfeitamente visível ao olho nu”, aponta Emanoel.

O empresário, que é atirador esportivo, disse em depoimento na delegacia que, ao encontrar Isabele no chão do banheiro, não sabia que ela havia levado um tiro, e teve conhecimento após ser informado pela família. Ele descreveu que não tinha marca de tiro, no local. Em ligação ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), ele alegou que Isabele tinha caído no banheiro e perdido cerca de dois litros de sangue.

O laudo da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) apontou que Isabele morreu com um disparo reto, de curta distância, dado a cerca de 40 centímetros entre ela e arma. O tiro entrou pelo nariz e saiu pela nuca da adolescente.

“Em um tiro de curta distância ficam resíduos de pólvora. Se for transfixante [com entrada e saída/ como no caso da adolescente], na saída o estrago pode ser maior”, afirma o médico.

Ele ainda ressalta que uma pessoa com o mínimo de conhecimento sobre tiros consegue identificar que a abertura foi causada por uma bala, e no caso de peritos, só de olhar já sabem que se trata de um disparo.

As informações técnicas sobre morte por disparo de arma de fogo, dadas pelo médico legista, criam mais dúvidas e controvérsias sobre o depoimento de Marcelo Cestaria. A Polícia Judiciária Civil (PJC) segue investigando a morte de Isabele, e deve preencher essas lacunas quando solucionas o caso.

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