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Terça, 16 de fevereiro de 2021 - 12:32:21
Médicos preveem nova explosão da Covid em duas semanas em MT
CORONAVIRUS
Festas clandestinas têm ocorrido no Estado, mesmo com proibição de eventos

Festas clandestinas no período de Carnaval devem resultar em novo pico de casos de covid-19 em Mato Grosso nos próximos 14 dias, aumentando, consequentemente, internações hospitalares e óbitos em decorrência da doença. Especialista frisa que até mesmo as aulas presenciais, previstas para março e abril, podem ser afetadas devido à falta da responsabilidade social. Secretaria Municipal de Saúde (SMS), via Vigilância Epidemiológica de Cuiabá, também teme pelas futuras consequências das festas e destaca reforço na fiscalização no intuito de alertar a população sobre os riscos das aglomerações.

A virologista e epidemiologista, pesquisadora da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), Ana Cláudia Pereira Terças Trettel, explica que o reflexo das aglomerações carnavalescas poderão se assemelhar ou até mesmo superar o sofrido em janeiro, após as festividades de Natal e Réveillon. “Foram praticamente 20 dias com quase 100% da ocupação de leitos todos os dias, filas para conseguir leito de unidade de terapia intensiva (UTI). E, após 30 dias, conseguimos reduzir a taxa de transmissão e infecção no Estado”.

Ela lembra que o feriado de Carnaval foi cancelado justamente para que essa situação não se repetisse. “Essa falta de responsabilidade e empatia para com a vida do outro nos preocupa muito. Porque a vacina está chegando mas, muito lentamente”.

Trettel frisa que a realização de festas clandestinas pode resultar no aumento na taxa de transmissão, já que uma pessoa infectada pode transmitir a doença para no mínimo outras 3; essas 3, para 9; essas 9, para 27, e assim sucessivamente. “Então, poderemos ter entre 7 e 14 dias um pico no número de casos novos de covid-19 na nossa sociedade e, consequentemente, um aumento na taxa de hospitalizações entre internações e ocupação de UTIs daqui aproximadamente 21 dias”.

Aulas presenciais

A pesquisadora da Unemat lembra que as pessoas que frequentaram os eventos clandestinos e se infectaram poderão transmitir o coronavírus para colegas de trabalho e familiares, além das crianças que já retornaram às salas de aula. Essas podem transmitir para seus colegas e professores, prejudicando o retorno gradual das aulas já anunciado por alguns municípios de Mato Grosso.

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