Uma grande operação conjunta das polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro atingiu, nesta sexta-feira (10), 15 comunidades da Região Metropolitana, com o objetivo de enfraquecer a estrutura financeira e operacional do Comando Vermelho. A ação, parte da chamada Operação Contenção, resultou em sete mortos, 19 presos e na apreensão de 10 fuzis e duas granadas.
As primeiras mortes ocorreram durante a madrugada, quando equipes do 41º BPM (Irajá) entraram no Morro do Juramento, em Vicente de Carvalho, e foram recebidas a tiros. No confronto, seis suspeitos morreram. Outro homem foi morto no Complexo da Mangueirinha, em Duque de Caxias, onde também houve cinco prisões. Outras detenções foram registradas na Gardênia Azul (1) e na Tijuquinha (2).
O chefe da Polícia Civil, secretário Felipe Curi, afirmou que o trabalho começou na quinta-feira (9), com a morte de “Matuê”, apontado como líder de uma célula do Comando Vermelho responsável pela expansão do tráfico na Zona Sudoeste. Durante coletiva, Curi revelou que os agentes encontraram urnas instaladas por traficantes na Muzema para arrecadar dinheiro de moradores. “Era uma forma de cobrança. A investigação identificou essa nova tática de extorsão”, explicou.
O subsecretário de Planejamento Operacional, Carlos Oliveira, informou que já foram bloqueados R$ 6 bilhões em bens e recursos ligados à facção. “É um golpe significativo nas finanças da organização criminosa”, destacou.
Entre as comunidades alvo da operação estavam Cidade de Deus, Gardênia Azul, Chacrinha, Morro do Dezoito, Vila Kennedy, Pendura-Saia, Rio das Pedras e Muzema — esta última dominada pela milícia. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a Clínica da Família de Rio das Pedras manteve o atendimento interno, mas suspendeu as visitas domiciliares. Já em Duque de Caxias, a prefeitura informou a suspensão das aulas em três unidades municipais por segurança.
A Operação Contenção é uma ação permanente voltada a conter o avanço territorial do Comando Vermelho. Desde abril, 98 criminosos foram presos e outros 10 morreram em confrontos. “A Chacrinha é uma base estratégica da facção, de onde partem ordens para expandir o tráfico na Zona Oeste”, afirmou Curi.
As forças de segurança também retiraram 11 toneladas de barricadas durante a mobilização, que mobilizou batalhões de choque, o Bope e equipes da Polícia Civil em diferentes pontos da capital e da Baixada Fluminense.