Em 24 de outubro de 1975, o jornalista Vladimir Herzog, então diretor de jornalismo da TV Cultura, foi chamado por agentes da ditadura para depor sobre supostos vínculos com o Partido Comunista Brasileiro. Vlado, como era conhecido, apresentou-se voluntariamente no dia seguinte no DOI-Codi da Vila Mariana, em São Paulo. Horas depois, estava morto.
O regime militar, sob o comando do general Ernesto Geisel, tentou encobrir o crime alegando que Herzog havia cometido suicídio. A versão oficial, porém, caiu por terra diante da foto forjada do corpo do jornalista — com um cinto no pescoço e os pés tocando o chão —, imagem que se tornaria símbolo da violência e da censura impostas pelo Estado durante o período ditatorial.
Meio século depois, o caso ainda é lembrado como um marco na luta pela redemocratização e pelos direitos humanos no Brasil. No episódio especial do podcast “O Assunto”, apresentado por Natuza Nery, o tema ganha novo olhar com a participação de Ivo Herzog, filho de Vladimir, e Rogério Sottili, diretor-executivo do Instituto Vladimir Herzog.
Ivo, que tinha apenas 9 anos quando o pai foi assassinado, relembra o dia da convocação, o impacto da perda e a busca incessante por justiça e memória. Ele destaca o papel das famílias das vítimas da ditadura na reconstrução da verdade histórica e na preservação da democracia.
Sottili complementa a reflexão abordando o trabalho contínuo do instituto na promoção dos direitos humanos e na defesa da liberdade de imprensa.
O episódio, que marca os 50 anos do assassinato de Vladimir Herzog, reforça a importância da lembrança e da resistência diante das tentativas de apagamento da história.
Produzido por Mônica Mariotti, Amanda Polato, Sarah Resende, Luiz Felipe Silva, Thiago Kaczuroski e Carlos Catelan, o podcast “O Assunto” soma mais de 168 milhões de downloads desde 2019 e ultrapassa 14 milhões de visualizações no YouTube.