Mato Grosso, Sunday, 24 de August de 2025, 10:43
As investigações sobre o influenciador Hytalo Santos revelaram que a jovem Kamyla Santos ("Kamylinha"), hoje com 17 anos, engravidou do irmão dele, Hyago Santos, enquanto vivia na casa do criador de conteúdo. Kamylinha foi "adotada" por Hytalo aos 12 anos e passou a participar dos vídeos do grupo “Turma do Hytalo”.
O caso ganhou maior repercussão após denúncias de ex-colaboradores, que relataram um ambiente de cárcere privado, festas com consumo de álcool por menores, exploração comercial e ausência de cuidados básicos. Adolescentes eram impedidos de usar livremente seus celulares e só tinham acesso a alimentos mediante autorização do influenciador.
Hytalo e seu marido, Israel Nata Vicente, foram presos na sexta-feira (15), acusados de tráfico de pessoas e exploração sexual infantil. No momento da prisão, ambos estavam com oito celulares, levantando suspeita de tentativa de fuga. A defesa alega que a viagem a São Paulo era apenas um passeio e classifica a prisão como “exagerada”.
O Ministério Público da Paraíba e o Ministério Público do Trabalho sustentam que os jovens eram aliciados em outras cidades e levados para João Pessoa, onde viviam sob regime de trabalho forçado. Após a prisão do casal, os adolescentes foram devolvidos às famílias.
Pais de menores recebiam entre R$ 2 mil e R$ 3 mil para permitir a permanência dos filhos na casa. O perfil de Kamylinha, com mais de 11 milhões de seguidores, foi bloqueado pela Secretaria de Prêmios e Apostas por envolvimento com publicidade de casas de apostas — atividade ilegal para menores de idade.
As plataformas digitais também reagiram:
Meta (Instagram e Facebook): removeu as contas de Hytalo e anunciou medidas reforçadas contra exploração infantil.
YouTube: encerrou os canais do influenciador por violações às políticas de segurança infantil.
TikTok: informou que já havia banido perfis de Hytalo em 2023 e 2025 por reincidência em violações.
O caso segue sob investigação, e autoridades avaliam a extensão das violações, possível aliciamento em outras cidades e eventual rede de exploração. O episódio levanta debate sobre a responsabilidade das plataformas digitais, a vulnerabilidade de menores em ambientes controlados por influenciadores e os mecanismos de fiscalização do Estado.