Wednesday, 06 de August de 2025 - 08:45:16
Metade da população de vaga-lumes pode desaparecer em 30 anos no Brasil
VAGA-LUMES AMEAÇADOS PELO AVANÇO URBANO E IMPACTOS AMBIENTAIS

O Brasil, país que abriga a maior diversidade de vaga-lumes no mundo, enfrenta um grave risco de extinção dessas pequenas criaturas luminosas. Pesquisadores alertam que, nos próximos 30 anos, metade das espécies pode desaparecer devido a fatores como poluição, desmatamento, uso de agrotóxicos, aquecimento global e o aumento da luz artificial nas cidades.

As luzes produzidas pelos vaga-lumes, fenômeno conhecido como bioluminescência, resultam de reações químicas usadas para atrair parceiros, afastar predadores ou capturar presas. Essas características tornam os vaga-lumes bioindicadores importantes da qualidade ambiental, pois sua presença indica ambientes menos poluídos e mais preservados.

Stephanie Vaz, coordenadora para a América do Sul na proteção dos vaga-lumes, destaca a importância desses insetos para o equilíbrio ecológico e lembra que eles também ajudam no controle de pragas, alimentando-se de lesmas que podem transmitir doenças aos humanos. Segundo ela, a redução desses insetos é um sinal preocupante para o meio ambiente e a qualidade de vida.

Apesar de países como México e Estados Unidos terem criado santuários para proteger os vaga-lumes, no Brasil ainda não há áreas específicas para a conservação dessas espécies. Stephanie ressalta que os vaga-lumes são parte da memória afetiva da infância de muitos brasileiros, mas a ausência deles atualmente gera um esquecimento perigoso. Para ela, pesquisas e ações são fundamentais para preservar esses insetos para as futuras gerações.

Com o avanço urbano e as mudanças ambientais, a visão dos vaga-lumes em natureza selvagem está se tornando cada vez mais rara, e, se o ritmo atual continuar, eles poderão ser vistos apenas em vídeos antigos ou recriações por inteligência artificial. O alerta dos cientistas reforça a necessidade urgente de medidas para proteger esses insetos que iluminam nossas noites.

Texto/Fonte: G1