O Ministério Público aponta Sérgio Luiz de Freitas Filho, conhecido como “Mijão”, como o principal líder do Primeiro Comando da Capital (PCC) ainda em liberdade. Ele é investigado por lavagem de dinheiro e tráfico internacional de drogas, além de ter sido identificado como articulador de um plano para assassinar o promotor Amauri Silveira Filho.

Mijão vive há mais de dez anos em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, usando identidade falsa e residindo em mansões de luxo, algumas avaliadas em até R$ 30 mil de aluguel. Seu filho foi preso durante a operação desta quinta-feira (30).

A trajetória criminosa de Sérgio começou em Campinas, onde trabalhou em metalúrgica e tornou-se sócio de empresa de usinagem. Em 2013, a DEA, agência antidrogas dos EUA, alertou sobre a atuação de quadrilhas que atuavam entre Brasil, Paraguai e Bolívia, envolvendo Mijão. Ele chegou a ser flagrado tentando comprar cocaína boliviana para o Brasil e circulava livremente, participando de jogos da Ponte Preta e frequentando praias, enquanto tratava de negócios ligados à compra de armas e lavagem de dinheiro.

A operação deflagrada nesta quinta investiga esquema de lavagem de dinheiro ligado a Mijão e a Álvaro Daniel Roberto, o “Caipira”, também procurado. Entre os alvos estão empresários, agiotas, influenciadores digitais e membros do PCC. Foram cumpridos nove mandados de prisão preventiva e 11 de busca e apreensão, além do bloqueio de 12 imóveis de luxo e valores em contas bancárias.

O cumprimento dos mandados incluiu confrontos com policiais; um suspeito morreu e um policial militar ficou ferido e foi levado ao Hospital de Clínicas da Unicamp. As buscas ocorrem em condomínios de alto padrão em Campinas, como Alphaville, Entreverdes, Jatibela e Swiss Park, e também em Mogi Guaçu e Artur Nogueira, interior de São Paulo.

A operação reforça o combate ao crime organizado e a ações financeiras ilícitas ligadas a uma das facções mais poderosas do país.