Foto: Ricardo Stuckert/PR
Friday, 26 de September de 2025 - 14:43:08
Ministro do Turismo deixa cargo, mas seguirá com Lula até evento da COP30 em Belém
CELSO SABINO ENTREGA CARTA DE DEMISSÃO APÓS PRESSÃO DO UNIÃO BRASIL

Celso Sabino anunciou nesta sexta-feira (25) que entregou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva sua carta de demissão do Ministério do Turismo, após a decisão do União Brasil de se retirar do governo federal. Apesar do pedido formal, ele permanecerá no cargo até a próxima quinta-feira (2), a convite de Lula, para acompanhá-lo na inauguração de obras relacionadas à COP30, em Belém.

O ministro relatou ter conversado pessoalmente com Lula antes de oficializar a saída. “Entreguei ao presidente a minha carta e o meu pedido de saída do Ministério do Turismo, cumprindo a decisão do meu partido”, afirmou. Segundo Sabino, sua vontade seria permanecer, mas acatou a determinação partidária. Ele acrescentou que o presidente demonstrou abertura para ampliar o diálogo com o União Brasil sobre os próximos passos.

Filiado ao partido e eleito deputado federal pelo Pará, Sabino deve reassumir seu mandato na Câmara dos Deputados após dois anos à frente da pasta. Nas últimas semanas, ele buscou junto a aliados uma saída que permitisse sua permanência, ao menos até a realização da COP30 em novembro, mas conseguiu apenas adiar a saída por alguns dias, alegando compromissos oficiais do ministério.

A decisão do União Brasil de acelerar o rompimento com o governo foi tomada em 18 de setembro, quando a cúpula nacional aprovou uma resolução determinando que seus filiados deixem cargos em até 24 horas. O texto prevê punições disciplinares, incluindo expulsão, a quem não cumprir a norma.

A medida foi aprovada após reportagens apontarem suposta ligação do presidente nacional da sigla, Antonio de Rueda, com o Primeiro Comando da Capital (PCC), acusação que ele nega. Em nota, o partido disse ver influência do governo federal na divulgação das informações e acusou “uso político da estrutura estatal” para desgastar sua imagem.

Apesar do desembarque, a decisão não atinge Waldez Góes (Desenvolvimento Regional) e Frederico Siqueira (Comunicações). Ambos ocupam pastas atribuídas ao União Brasil, mas não são filiados à legenda e integram a cota pessoal do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).

Texto/Fonte: G1