Celso Sabino anunciou nesta sexta-feira (25) que entregou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva sua carta de demissão do Ministério do Turismo, após a decisão do União Brasil de se retirar do governo federal. Apesar do pedido formal, ele permanecerá no cargo até a próxima quinta-feira (2), a convite de Lula, para acompanhá-lo na inauguração de obras relacionadas à COP30, em Belém.
O ministro relatou ter conversado pessoalmente com Lula antes de oficializar a saída. “Entreguei ao presidente a minha carta e o meu pedido de saída do Ministério do Turismo, cumprindo a decisão do meu partido”, afirmou. Segundo Sabino, sua vontade seria permanecer, mas acatou a determinação partidária. Ele acrescentou que o presidente demonstrou abertura para ampliar o diálogo com o União Brasil sobre os próximos passos.
Filiado ao partido e eleito deputado federal pelo Pará, Sabino deve reassumir seu mandato na Câmara dos Deputados após dois anos à frente da pasta. Nas últimas semanas, ele buscou junto a aliados uma saída que permitisse sua permanência, ao menos até a realização da COP30 em novembro, mas conseguiu apenas adiar a saída por alguns dias, alegando compromissos oficiais do ministério.
A decisão do União Brasil de acelerar o rompimento com o governo foi tomada em 18 de setembro, quando a cúpula nacional aprovou uma resolução determinando que seus filiados deixem cargos em até 24 horas. O texto prevê punições disciplinares, incluindo expulsão, a quem não cumprir a norma.
A medida foi aprovada após reportagens apontarem suposta ligação do presidente nacional da sigla, Antonio de Rueda, com o Primeiro Comando da Capital (PCC), acusação que ele nega. Em nota, o partido disse ver influência do governo federal na divulgação das informações e acusou “uso político da estrutura estatal” para desgastar sua imagem.
Apesar do desembarque, a decisão não atinge Waldez Góes (Desenvolvimento Regional) e Frederico Siqueira (Comunicações). Ambos ocupam pastas atribuídas ao União Brasil, mas não são filiados à legenda e integram a cota pessoal do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).