O consumo de energéticos se popularizou entre trabalhadores em jornadas extensas e jovens que frequentam festas. No entanto, o hábito de combinar essas bebidas com álcool traz riscos significativos à saúde, segundo especialistas. O alerta veio à tona após o ator e empresário Rafael Zulu relatar que precisou ser internado com fibrilação atrial após consumir mais de um litro de energético com gin em um único dia.

Essa arritmia cardíaca pode evoluir para quadros graves como trombose e acidente vascular cerebral (AVC). "O excesso me custou caro", afirmou Zulu em entrevista ao Fantástico, destacando que o problema não é o consumo em si, mas a falta de moderação.

Especialistas explicam que os energéticos possuem alta concentração de cafeína, estimulante que pode causar aumento da pressão arterial, aceleração dos batimentos, irritação e insônia. Quando combinados com álcool, os efeitos colaterais se intensificam. Isso porque a cafeína mascara a sensação de embriaguez, levando a um consumo ainda maior de bebida alcoólica, sem que a pessoa perceba seus próprios limites.

A recomendação diária segura para adultos é de até 400 mg de cafeína — o equivalente a quatro xícaras de café. Para adolescentes, esse limite é quatro vezes menor. Apesar das orientações da Anvisa, que exige advertências nos rótulos, incluindo a restrição para crianças, gestantes e pessoas com condições médicas, o consumo excessivo e a mistura com álcool continuam frequentes, sobretudo entre jovens de classes sociais mais baixas.

A Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e Bebidas Não Alcoólicas (Abir) reforça que os energéticos são regulamentados e seguros dentro dos limites estabelecidos. No entanto, o consumo associado à bebida alcoólica não é recomendado e deve ser evitado, especialmente em situações de uso contínuo ou excessivo.