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Monday, 21 de July de 2025 - 18:03:58
Moraes reforça proibição do uso de redes sociais por Bolsonaro e alerta para risco de prisão
STF APERTA CERCO CONTRA EX-PRESIDENTE

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), endureceu nesta segunda-feira (21) a medida que impede o ex-presidente Jair Bolsonaro de utilizar redes sociais. A nova decisão detalha que a proibição também se estende a transmissões, retransmissões ou qualquer tipo de publicação de áudios, vídeos ou transcrições de entrevistas em perfis de terceiros nas plataformas digitais.

A determinação é um desdobramento da decisão anterior, tomada na sexta-feira (18), a pedido da Polícia Federal (PF) e com aval da Procuradoria-Geral da República (PGR). Na ocasião, Moraes já havia imposto uma série de medidas cautelares ao ex-presidente, como o uso de tornozeleira eletrônica, toque de recolher noturno e aos fins de semana, além de proibição de contato com filhos, diplomatas e outros investigados.

O novo despacho é explícito ao afirmar que Bolsonaro não poderá utilizar meios indiretos para burlar as proibições, sob pena de ter sua liberdade revogada. “Não podendo o investigado se valer desses meios para burlar a medida, sob pena de imediata revogação e decretação da prisão”, alertou Moraes.

A escalada nas restrições ocorre após o ministro considerar que Bolsonaro agiu de forma “consciente e voluntária” ao condicionar, durante entrevista, o fim das tarifas de importação impostas por Donald Trump a um suposto acordo de anistia no Brasil — fato que foi interpretado por Moraes como tentativa de extorsão contra a Justiça brasileira.

Diante da nova decisão, o Partido Liberal (PL), ao qual Bolsonaro é filiado, cancelou a participação do ex-presidente em uma entrevista coletiva que estava agendada para a tarde desta segunda-feira na Câmara dos Deputados.

Na última semana, a PF afirmou ao STF que Jair Bolsonaro e seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro, atuaram junto a autoridades norte-americanas para obter sanções contra integrantes do Estado brasileiro. A Polícia Federal entende que os dois buscavam interferir na atuação do STF, especialmente no julgamento da chamada “trama golpista”, da qual Bolsonaro é réu.

Ainda de acordo com Moraes, os atos de Bolsonaro e de seu filho representam “flagrantes confissões da prática dos atos criminosos”, configurando clara tentativa de usar um governo estrangeiro para interferir no funcionamento do Supremo Tribunal Federal.

Por ora, o ex-presidente permanece sob vigilância rigorosa, sem poder se manifestar publicamente pelas redes ou por qualquer meio digital que possa driblar a proibição.

Texto/Fonte: G1