Dois homens foram presos temporariamente nesta sexta-feira (11), suspeitos de envolvimento no desaparecimento da estudante transexual Carmen Alves, de Ilha Solteira (SP), que está sumida há quase quatro semanas. A polícia trata o caso, inicialmente registrado como desaparecimento de pessoa, agora como possível feminicídio, embora o corpo da jovem ainda não tenha sido localizado.

Os presos são Marcos Yuri Amorim, namorado da vítima, e Roberto Carlos de Oliveira, policial militar ambiental da reserva que atuava na região. A informação foi confirmada pela TV TEM e pelo delegado responsável pelo caso, Miguel Rocha. A prisão é válida por 30 dias. Até a publicação desta reportagem, a defesa dos suspeitos ainda não havia se manifestado.

Carmen desapareceu no dia 12 de junho, após sair da faculdade na Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Ilha Solteira. Imagens de câmeras de segurança confirmaram que ela deixou a universidade e seguiu para a casa do namorado, em um assentamento. Segundo a investigação, ela entrou na residência, mas não foi mais vista saindo do local.

A Polícia Civil obteve a quebra do sigilo telefônico dos suspeitos, o que revelou que não houve registro de deslocamento de Carmen para fora de Ilha Solteira após o desaparecimento. Além disso, o último sinal captado do celular da jovem foi na casa de Marcos. O rastreamento e os registros telefônicos reforçaram a suspeita de que o crime ocorreu naquele local.

O delegado Miguel Rocha afirmou que a principal linha de investigação aponta para homicídio e ocultação de cadáver. “Todos os indícios levam a crer que Carmen foi assassinada e teve seu corpo ocultado pelos dois suspeitos. Agora, seguimos com diligências para localizar o corpo”, declarou o delegado. Até o momento, os presos ainda não prestaram depoimento formal à polícia.

O desaparecimento de Carmen mobilizou familiares e moradores da cidade. De acordo com a mãe da jovem, Carmen saiu de casa na noite de 11 de junho, por volta das 23h, montada em uma bicicleta elétrica preta. A bicicleta ainda não foi encontrada. A família informou que ela nunca havia desaparecido antes.

Equipes de busca realizaram varreduras em áreas próximas ao rio da cidade, onde o sinal do celular foi captado pela última vez, e em uma mata nas imediações da universidade. Nesta área, foram encontradas marcas de pneus que podem corresponder ao modelo da bicicleta elétrica utilizada por Carmen.

A estudante tem cerca de 1,70 metro de altura, cabelo cacheado preto, pele negra e olhos castanhos. Quem tiver informações sobre o paradeiro de Carmen Alves deve entrar em contato com a polícia pelos telefones 190 ou 181.

A investigação segue em curso, agora conduzida com apoio do setor de homicídios da Polícia Civil, que busca esclarecer o crime e localizar o corpo da vítima.