Duas décadas após o fim do Concorde, a NASA aposta no X-59 QueSST, aeronave experimental projetada para superar a barreira do som sem gerar o estrondo típico dos supersônicos. O modelo, desenvolvido em parceria com a Lockheed Martin, tem design aerodinâmico com nariz alongado, asas inclinadas e motor no topo, o que dispersa as ondas de choque e transforma o “boom” em um leve baque, descrito pela agência como “sussurro supersônico”.

O projeto entrou em fase de voos experimentais na Califórnia, começando por ensaios em ambiente controlado na Base Edwards e no Armstrong Flight Research Center. Posteriormente, sobrevoará cidades selecionadas para medir a percepção dos moradores e registrar dados técnicos sobre propagação sonora.

Se os testes forem bem-sucedidos, a missão Quesst pode abrir caminho para uma mudança regulatória inédita: substituir a proibição de voos supersônicos sobre áreas habitadas por um limite de ruído aceitável. O orçamento do programa já ultrapassa US$ 838 milhões, e apesar dos atrasos e desafios técnicos, a NASA espera entregar dados que permitam a retomada de jatos comerciais supersônicos em um futuro próximo.

Empresas como Boom Supersonic e Spike Aerospace aguardam os resultados para viabilizar seus próprios projetos, que prometem reduzir pela metade o tempo de voos transoceânicos. Ainda assim, permanecem críticas quanto ao alto consumo de combustível e ao impacto ambiental das aeronaves supersônicas.