O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, tomou a decisão de ampliar a ofensiva militar sobre a Faixa de Gaza com o objetivo de assumir o controle completo do território palestino, segundo informou a rede israelense i12 nesta segunda-feira (4), citando fontes do próprio governo. A medida marca uma nova fase no conflito, com implicações geopolíticas e humanitárias ainda incertas.
Ainda de acordo com a emissora, Netanyahu deve apresentar formalmente a proposta ao seu gabinete na terça-feira (5). A reunião já foi confirmada pelo próprio premiê, que, embora não tenha revelado o teor da pauta, indicou que o encontro servirá para debater as metas da campanha militar em Gaza.
"Devemos permanecer unidos e lutar juntos para alcançar todos os nossos objetivos de guerra: derrotar o inimigo, libertar nossos reféns e garantir que Gaza nunca mais represente uma ameaça a Israel", declarou Netanyahu em pronunciamento.
Fontes ligadas ao governo informaram que a decisão foi tomada após o fracasso das últimas negociações por um cessar-fogo, que buscavam a libertação dos israelenses ainda mantidos reféns pelo Hamas. Como parte do novo plano, as Forças Armadas de Israel deverão invadir áreas onde os serviços de inteligência apontam a existência de cativeiros dos reféns.
Até o momento da última atualização da reportagem, o governo israelense não havia divulgado uma nota oficial confirmando a adoção dessa nova estratégia. No entanto, os movimentos de preparação e declarações públicas de Netanyahu indicam que a decisão já está em curso.
Plano dos EUA para Gaza
Antes da escalada militar israelense, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, havia revelado durante uma visita de Netanyahu à Casa Branca um projeto alternativo para o futuro da Faixa de Gaza. Segundo Trump, os EUA pretendem controlar o território, realocar os moradores palestinos para países vizinhos e transformar a região em um centro turístico, com resorts de luxo.
A proposta gerou reações controversas na comunidade internacional e entre países árabes, que veem o plano como uma tentativa de deslegitimar a reivindicação palestina sobre Gaza.
Contexto
A atual ofensiva militar é parte do prolongado conflito entre Israel e o Hamas, agravado após ataques e contra-ataques que se intensificaram nos últimos meses. A tomada total da Faixa de Gaza por Israel representaria uma ruptura significativa com o status quo da região, que, apesar da presença militar frequente, não havia sido completamente ocupada pelo governo israelense desde a retirada unilateral em 2005.