O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, confirmou nesta quinta-feira (7) que pretende ocupar toda a Faixa de Gaza ao fim da guerra contra o Hamas, mas afirmou não ter a intenção de anexar o território de forma permanente. Segundo ele, o objetivo é criar um “perímetro de segurança” em torno da região e estabelecer um governo transitório até que existam condições para a formação de uma administração local.
“Não queremos ficar com Gaza, queremos um perímetro de segurança”, declarou Netanyahu a jornalistas em Tel Aviv. O premiê também disse que, inicialmente, o controle da área ficará sob responsabilidade das Forças Armadas israelenses, até que um novo governo civil seja formado.
A declaração, que reitera fala anterior à emissora norte-americana Fox News, gerou reação imediata do Hamas. O grupo palestino classificou o anúncio como um “golpe” nas negociações por um cessar-fogo e acusou Netanyahu de sacrificar os reféns em Gaza por interesses pessoais.
A imprensa israelense já havia informado, no início da semana, que Netanyahu tomaria o controle integral do território. De acordo com o canal i12, o plano do premiê inclui ampliar a ofensiva militar até ocupar toda a região.
Nesta quinta-feira, Netanyahu deve comunicar formalmente sua decisão durante reunião com o gabinete. No entanto, o plano poderá gerar atritos dentro do próprio governo, uma vez que o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas israelenses já manifestou oposição à estratégia e se recusa a executá-la. O premiê, por sua vez, teria ameaçado demiti-lo.
Além disso, o plano prevê a entrada de tropas israelenses em zonas identificadas como possíveis locais de cativeiro de reféns. A visita recente de Netanyahu à Casa Branca também teve repercussão, após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar um projeto controverso: controlar Gaza por meio dos EUA, reassentar a população local em países vizinhos e construir resorts de luxo no território.