A partir de 2026, contribuintes com renda mensal de até R$ 5 mil ficarão isentos do Imposto de Renda, e quem recebe entre R$ 5 mil e R$ 7.350 terá desconto parcial na alíquota. A mudança, segundo o economista Bruno Carazza, beneficiará cerca de 15 milhões de pessoas que deixarão de pagar ou passarão a recolher menos imposto.

Para compensar a renúncia fiscal, a proposta prevê que aproximadamente 150 mil contribuintes de alta renda — com ganhos acima de R$ 50 mil por mês ou R$ 600 mil por ano — assumam maior parte da carga tributária. Isso ocorrerá principalmente pela tributação de lucros e dividendos, hoje isentos, com a fixação de uma alíquota mínima de 10%.

Carazza ressalta que o projeto busca corrigir distorções, já que, proporcionalmente, os mais ricos pagam menos impostos no Brasil devido a benefícios como isenções em investimentos e rendimentos de capital. Ainda assim, heranças, seguros de vida e previdência privada continuarão sem tributação.

Segundo o economista, a medida sinaliza uma mudança no modelo de arrecadação: amplia a isenção para a classe média e transfere parte da responsabilidade fiscal para quem está no topo da pirâmide econômica.