O presidente Jair Bolsonaro discursa nesta terça-feira, 20, na abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU).
Bolsonaro viaja a Nova York, nos Estados Unidos, logo após o funeral da rainha Elizabeth II, do qual participou na segunda-feira, 19, em Londres, na Inglaterra.
É tradição desde 1949 que o presidente brasileiro no cargo abra os discursos de líderes mundiais na Assembleia Geral. Será o quarto discurso de Bolsonaro no evento - um deles feito de forma virtual em 2020, quando a Assembleia não ocorreu presencialmente pela primeira vez em sua história.
O discurso de Bolsonaro está previsto para começar por volta das 9h40 (horário de Brasília) e, pela agenda oficial, deve ter duração de cerca de 20 minutos.
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No ano passado, quando o mundo ainda vivia momento com número alto de mortes na pandemia da covid-19, Bolsonaro usou seu discurso para falar sobre vacinas contra a doença, dizendo ser contrário à obrigatoriedade da vacinação para circular. O presidente brasileiro também se defendeu de acusações de desmatamento da Amazônia em seu governo e disse que o Brasil vivia recuperação da economia.
Na ocasião, o presidente teve entraves na visita a Nova York por não comprovar ter se vacinado - na época, a cidade exigia comprovante para entrada em estabelecimentos fechados.
Neste ano, a fala de Bolsonaro acontece ainda dias antes do primeiro turno das eleições brasileiras, em 2 de outubro, com o presidente ainda atrás nas pesquisas na disputa com o ex-presidente Lula. Em declarações nos últimos dias, Bolsonaro afirmou que fará um discurso "voltado para o Brasil", e a expectativa é que a fala na ONU cite questões políticas internas.
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Em Nova York, antes do discurso, Bolsonaro tem prevista uma reunião com o secretário-geral da ONU, o português António Guterres. Na sequência, o presidente tem na agenda oficial encontro com o presidente da Polônia, Andrzej Duda. Bolsonaro retorna ao Brasil ainda na terça-feira.
A Assembleia Geral da ONU está em sua 77ª edição e o evento, oficialmente, já começou na semana passada, embora a presença de líderes mundiais a partir de hoje seja a parte mais aguardada - além dos discursos, o evento é chamado de "super bowl dos diplomatas", em referência à final do futebol americano, por sua importância nas negociações de bastidores.
Além de Bolsonaro, mais de 130 chefes de Estado e de governo comparecerão ao evento em Nova York, incluindo o anfitrião, o presidente americano, Joe Biden.
É tradição que os EUA falem logo após o Brasil, mas, neste ano, Biden falará somente na quarta-feira, 21, por também estar voltando do funeral da rainha Elizabeth em Londres.
Ausências importantes serão as do presidente chinês, Xi Jinping, e do presidente russo, Vladimir Putin, que enviaram ministros e não irão à ONU. O premiê da Índia, Narendra Modi, também não comparecerá.
No ano passado, Biden fez seu primeiro discurso no evento, na época pressionado pela saída desastrada dos EUA do Afeganistão e defendendo integração global para marcar sua oposição a discurso feito anos antes pelo ex-presidente Donald Trump.
Neste ano, tanto Biden quanto os demais líderes na Assembleia estarão pressionados por novos desafios, como a inflação e aumento da fome, a crise energética e a guerra na Ucrânia.
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Guterres, secretário-geral da ONU, disse que o evento ocorre em momento de "grande ameaça" e "caos climático" para o mundo. "Nosso mundo está arruinado pela guerra, castigado pelo caos climático, marcado pelo ódio e envergonhado pela pobreza, fome e desigualdade", disse.
“Responder aos desafios mais prementes da humanidade exige que trabalhemos juntos e revigoremos o multilateralismo inclusivo, em rede e eficaz e nos concentremos no que nos une”, disse o presidente da Assembleia Geral da ONU, Csaba Kőrösi, em discurso na semana passada para marcar o início do evento.