Apesar de manter perfil discreto, o novo papa já expressou opiniões pontuais sobre assuntos centrais à Igreja e à sociedade. Suas falas conhecidas indicam proximidade com a postura adotada por Francisco, seu antecessor, especialmente em temas sociais e ambientais.
Um dos poucos posicionamentos firmes de Leão XIV, então cardeal Prevost, refere-se à pena de morte. Em publicação nas redes sociais, ele criticou a prática, ainda existente em diversos estados dos Estados Unidos, classificando-a como “inadmissível” e contrária aos valores cristãos.
Sobre a ordenação de mulheres, Prevost se manifestou durante o Sínodo de 2023, descartando a possibilidade. Em sua avaliação, tornar mulheres parte do clero não solucionaria os problemas da Igreja, podendo inclusive criar novas dificuldades. Segundo ele, “clericalizar mulheres”, como algumas chegaram a dizer, não é a resposta adequada.
No campo pastoral, o novo pontífice expressou uma visão de liderança voltada à simplicidade e ao serviço. Em entrevista ao portal de notícias oficial do Vaticano, afirmou que um bispo não deve agir como “um pequeno príncipe em seu reino”, mas sim manter-se próximo das pessoas, compartilhando com elas tanto as alegrias quanto os sofrimentos.
A respeito da política americana, Leão XIV criticou uma declaração do atual vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance. O então cardeal compartilhou um texto que rejeitava a ideia de que o amor deva ser classificado por prioridades, como defendeu Vance em entrevista à Fox News — onde ele disse que é preciso amar primeiro a família e os compatriotas, deixando os demais por último. Prevost se opôs à hierarquização do amor ao próximo.
No que diz respeito ao meio ambiente, o novo papa defendeu um relacionamento equilibrado entre humanidade e natureza. Para ele, a autoridade dada por Deus ao ser humano sobre a criação não deve ser exercida de maneira tirânica, e sim como uma troca respeitosa. Ele destacou, ainda, que é preciso ultrapassar os discursos e partir para ações concretas diante da crise climática global.
Em relação à bênção a casais do mesmo sexo, o agora papa Leão XIV não apresentou posição definitiva. Contudo, em uma conferência realizada em outubro de 2024, declarou que esse tema deveria ser avaliado por cada conferência episcopal de acordo com os contextos culturais locais, sinalizando abertura para abordagens mais descentralizadas.