A Polícia Civil de Mato Grosso deflagrou nesta terça-feira (23) a Operação Scutum Viperae, com objetivo de desarticular um grupo criminoso instalado em Campo Verde, responsável por extorsões e outros crimes. Ao todo, foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão domiciliar, 7 mandados de prisão preventiva e 11 mandados de bloqueio de bens nas cidades de Campo Verde, Jaciara e Acorizal. As ordens judiciais foram expedidas pelo Núcleo de Inquéritos Policiais (NIPO) da Comarca de Cuiabá.
O grupo, que inclui duas mulheres, é investigado por tráfico de drogas, associação para o tráfico, constituição de organização criminosa, lavagem de dinheiro, tortura e extorsão. Segundo o delegado de Campo Verde, Philipe de Paula da Silva Pinho, a movimentação financeira bloqueada judicialmente corresponde a R$ 277 mil por cada medida cautelar, referentes aos meses de janeiro, fevereiro e março deste ano, especialmente oriundos da cobrança ilegal de comerciantes.
As investigações identificaram que os suspeitos exigiam de estabelecimentos comerciais valores mensais entre R$ 100 e R$ 600 sob o falso pretexto de proteção. Em apenas nove dias, o grupo recolheu aproximadamente R$ 20 mil de comerciantes, utilizando ameaças diretas ou mensagens para coagir os pagamentos. Segundo o delegado, os criminosos atuavam de forma organizada, com divisão de tarefas para logística, transporte e venda de drogas, além de controlar estoques de entorpecentes de revendedores devedores.
Além da extorsão, o grupo praticava tortura. Em 1º de março, uma vítima foi rendida e levada até um local chamado “biqueira”, onde sofreu violência física e psicológica para confessar supostas falhas no pagamento da taxa exigida. A operação contou com o apoio de policiais civis das Diretorias do Interior e Atividades Especiais e da Delegacia Regional de Primavera do Leste.
O nome da operação, “Scutum Viperae”, significa “Escudo de Víbora” em latim, simbolizando a articulação e a estrutura do grupo criminoso investigado, que mantinha atividades ilícitas constantes e organizada para garantir a continuidade do tráfico e das extorsões na região.