Gioacchino Pecci, que escolheu o nome Leão XIII em homenagem a São Leão Magno, liderou a Igreja Católica de 1878 a 1903 com uma abordagem inovadora diante dos desafios do século XIX.
Seu legado mais marcante foi a encíclica Rerum Novarum (1891), que inaugurou a Doutrina Social da Igreja, defendendo os direitos dos trabalhadores, a justiça social e um equilíbrio entre capitalismo e socialismo. O historiador José Miguel Sardica destaca que Leão XIII estabeleceu um novo paradigma ao posicionar a Igreja como mediadora moral entre os extremos ideológicos da época.
Leão XIII também buscou o diálogo com o mundo moderno, valorizando a filosofia tomista e promovendo reformas no sistema educacional católico para fortalecer a formação intelectual do clero. Reconhecendo a perda dos Estados Pontifícios, priorizou a autoridade espiritual sobre o poder político, o que ampliou a liberdade da Igreja para se adaptar ao mundo contemporâneo.
Durante seu pontificado, trabalhou para restaurar relações diplomáticas e ampliar a influência da Santa Sé no cenário internacional. Também ficou conhecido como o “Papa do Rosário”, por ter escrito doze encíclicas sobre essa prática de oração.
O papado de Leão XIII é lembrado como um marco de transição entre a tradição e a modernidade na história da Igreja Católica.