Pela primeira vez em sua história, o Paraguai será palco dos Jogos Pan e Parapan-Americanos. A capital Assunção foi escolhida para sediar a 21ª edição do evento, marcada para 2031, superando a candidatura conjunta do Rio de Janeiro e Niterói. O anúncio representa um marco esportivo para o país vizinho, que nunca havia recebido a competição iniciada em 1951, em Buenos Aires.

Na eleição realizada no Chile, 41 comitês olímpicos das Américas participaram da votação, totalizando 53 votos — com peso dobrado para países que já sediaram o Pan. Dominica não conseguiu votar por atraso de voo, e o resultado final teve 52 votos válidos. A vitória de Assunção, que já havia tentado sediar o Pan de 2027, ocorre após perder anteriormente para Lima, no Peru.

Durante a cerimônia, a ginasta brasileira Rebeca Andrade, ao lado do nadador Thiago Pereira e do presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Marco La Porta, representou o país na apresentação da candidatura brasileira. “Espero que sejam grandes Jogos para os atletas em Assunção”, declarou Rebeca após o resultado. Thiago Pereira destacou o impacto regional do evento: “É o momento de levar os Jogos Pan-Americanos a um novo nível de visibilidade e benefício para o esporte continental.”

O projeto de Rio-Niterói contou com forte apoio do governo federal. Em vídeo exibido antes da votação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou uma mensagem à PanAm Sports, pedindo que as cidades brasileiras fossem escolhidas. “Essas duas cidades têm todas as condições para fazer os Jogos Pan-Americanos mais extraordinários que os esportistas já viram”, afirmou o presidente.

A proposta brasileira previa o aproveitamento da infraestrutura deixada pelos Jogos Pan de 2007 e pelas Olimpíadas de 2016. O Rio sediaria 39 modalidades, distribuídas entre o Parque Olímpico, o Aterro do Flamengo, Copacabana, Deodoro e o estádio Nilton Santos. Já Niterói abrigaria 20 esportes, incluindo o surfe em Itacoatiara e o vôlei de praia em Icaraí. O projeto também incluía obras de mobilidade, como a construção da linha 3 do metrô, a conversão do BRT em VLTs e o saneamento completo da Baía de Guanabara.

Assunção, por sua vez, investiu em uma campanha antecipada e consistente. A capital paraguaia apresentou planos para erguer um estádio de atletismo e uma arena para 10 mil pessoas em seu parque olímpico. Neste ano, a cidade já havia sediado o Pan Júnior, voltado para atletas de até 22 anos, o que reforçou sua capacidade organizacional perante o comitê avaliador.

Com a decisão, Assunção se junta a um seleto grupo de cidades-sede do Pan. O Brasil já recebeu o evento duas vezes — São Paulo em 1963 e Rio de Janeiro em 2007. Para os organizadores paraguaios, a conquista simboliza o amadurecimento esportivo do país e a oportunidade de consolidar o legado esportivo na América do Sul.