A China anunciou que não reivindicará mais o tratamento especial concedido a países em desenvolvimento dentro da Organização Mundial do Comércio (OMC). A decisão, revelada pelo premiê Li Qiang em discurso em Nova York durante a Assembleia Geral da ONU, foi vista como resposta às pressões de Washington e às tarifas impostas este ano pelo presidente Donald Trump a diversas nações, incluindo Pequim.

Segundo o Ministério do Comércio, a medida busca reforçar a credibilidade do sistema multilateral diante do avanço de práticas protecionistas. Os Estados Unidos vinham criticando há anos a manutenção do status chinês, alegando que não fazia sentido para a segunda maior economia do planeta se beneficiar de prazos e exigências mais brandos em acordos internacionais.

A diretora-geral da OMC, Ngozi Okonjo-Iweala, classificou a mudança como um passo histórico para a reforma da entidade e agradeceu à China, destacando que a decisão foi fruto de “anos de trabalho árduo”.

Apesar da renúncia, o governo chinês mantém a classificação do país como de renda média e segue se apresentando como parte do grupo de nações em desenvolvimento. Paralelamente, Pequim reforça sua presença global com empréstimos e obras de infraestrutura em países parceiros, conduzidos principalmente por empresas estatais.