A Polícia Civil investiga a jovem Anielly Sousa Silva, acusada de administrar um perfil que misturava fofocas e difamações contra moradores de uma cidade mineira e que teria se transformado em um esquema de extorsão. Ela deve ser indiciada por extorsão, crime que prevê pena de até dez anos de prisão. A defesa não se manifestou até o momento.
De acordo com as investigações, a jovem utilizava um aplicativo de mensagens anônimas para estimular moradores a enviarem relatos sobre vizinhos, colegas e instituições locais. Sem verificar as informações recebidas, ela publicava o conteúdo como se fosse verdadeiro. As postagens, que chegaram a alcançar milhões de acessos, incluíam acusações de traição, gravidez, orientação sexual e até episódios de agressão, muitas vezes citando diretamente os nomes dos envolvidos.
Além da exposição pública, a polícia aponta que Anielly cobrava valores entre R$ 200 e R$ 500 para retirar os posts do ar, caracterizando extorsão.
As consequências para as vítimas foram graves. Uma jovem relatou que desenvolveu pensamentos suicidas e voltou a se automutilar após ver seu nome exposto. Outro caso envolveu uma funcionária de uma instituição de caridade acusada injustamente de maltratar uma criança com deficiência. Após a difamação, a arrecadação de fundos da entidade caiu. Já um morador disse ter perdido o casamento depois de ser acusado de infidelidade em uma das publicações.
Com a repercussão negativa, parte da população começou a se mobilizar contra o perfil, reunindo provas e registrando boletins de ocorrência. A continuidade das postagens levou a polícia a solicitar a prisão preventiva da jovem.
“Ela não parou em nenhum momento de fazer as postagens. Quantas pessoas você pode destruir com uma fofoca?”, questionou o delegado responsável pelo caso.
A investigação segue em andamento.