A Polícia Federal apreendeu R$ 1,6 milhão em espécie na casa de Augusto Ferreira Lima, diretor do Banco Master e ex-CEO da instituição, que teve a prisão decretada no âmbito da operação que investiga fraudes financeiras envolvendo a emissão de títulos de crédito irregulares. A ação ocorreu horas após o anúncio da compra do Master por um consórcio liderado pela Fictor Holding Financeira e pouco mais de um mês após o Banco Central ter negado a tentativa de aquisição apresentada pelo BRB.
Segundo apuração da TV Globo, sete mandados de prisão foram expedidos e seis já foram cumpridos. Durante o cumprimento das ordens judiciais, agentes também apreenderam joias e localizaram bebidas de alto valor em uma adega pertencente a um dos alvos da operação. A investigação teve início em 2025, a partir de um relatório encaminhado pelo Banco Central apontando suspeitas envolvendo operações internas do Master.
Na manhã desta terça-feira, o Banco Central decretou a liquidação extrajudicial da instituição, determinando ainda a indisponibilidade dos bens dos controladores e ex-administradores. A medida interrompe automaticamente qualquer processo de compra em andamento. A liquidação extrajudicial é adotada quando o banco perde capacidade de operar: um liquidante assume a administração, encerra atividades, vende ativos e quita dívidas até a extinção completa da instituição.
O consórcio interessado na aquisição incluía investidores dos Emirados Árabes Unidos e previa aporte inicial de R$ 3 bilhões para estabilizar o caixa do Master, que enfrentava grave crise financeira. A operação, contudo, ainda dependeria de aprovação do Banco Central e do Cade.
A defesa de Daniel Vorcaro, dono do Banco Master e também preso, nega que ele estivesse tentando fugir do país, afirmando que seu destino final seria Dubai, onde se encontraria com potenciais compradores da instituição. As investigações seguem em curso.