A Polícia Federal abriu inquérito para investigar os casos de intoxicação por metanol em São Paulo, que já resultaram em seis confirmações e três mortes. Outros dez episódios suspeitos estão em análise, enquanto um foi descartado. O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, afirmou que os indícios apontam para distribuição da bebida adulterada em outros estados.

Segundo autoridades, falsificadores envasam bebidas alcoólicas de marcas conhecidas, como gin e vodca, e as “batizam” com metanol, substância altamente tóxica. Os sintomas podem surgir horas após a ingestão, com dores abdominais intensas e até perda de visão. O Ministério da Saúde classificou a situação como “anormal”, já que o país costuma registrar cerca de 20 casos por ano — número que quase foi atingido em poucas semanas apenas em São Paulo.

Equipes de fiscalização apreenderam mais de 100 garrafas sem rótulo em bares da capital. O governo federal emitiu alerta nacional, enquanto especialistas avaliam possível ligação do crime organizado, incluindo facções como o PCC, com a venda clandestina do metanol.

A substância, usada em combustíveis, tintas e solventes, é imprópria para consumo humano. Pequenas quantidades podem causar convulsões, cegueira ou morte. As autoridades orientam a população a buscar atendimento imediato em caso de suspeita de intoxicação e a redobrar os cuidados quanto à procedência das bebidas adquiridas.