A Polícia Civil de Mato Grosso realizou, na manhã desta sexta-feira (15.8), a Operação Contraprova, que cumpriu 11 ordens judiciais contra os proprietários de uma rede de laboratórios acusados de fraudes em exames laboratoriais. A ação envolveu a prisão preventiva do sócio responsável técnico, buscas e apreensões nas residências e unidades da empresa, interdição judicial das três unidades, além da suspensão do registro de biomédico do sócio preso e dos contratos do laboratório com órgãos públicos.

As investigações, conduzidas pela Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon), identificaram que a rede atendia pacientes particulares e prestava serviços a órgãos públicos, incluindo a Câmara e a Prefeitura de Cuiabá, além de clínicas médicas, nutricionistas e convênios médicos. Apesar de coletar amostras biológicas para exames como covid-19, toxicológico e doenças como sífilis, HIV e hepatites, os materiais eram descartados sem qualquer análise, e os laudos eram falsificados pelo sócio responsável técnico, que também é biomédico.

O inquérito teve início em abril deste ano, a partir de denúncia à Vigilância Sanitária Municipal de Cuiabá apontando que o sócio estaria adulterando resultados. Na ocasião, a unidade foi interditada e o investigado chegou a ser preso em flagrante. Ao final do processo, os envolvidos poderão responder pelos crimes de estelionato, falsificação de documento particular, peculato e associação criminosa, cujas penas podem chegar a até 25 anos de prisão, além de multa.

As ordens judiciais da operação foram expedidas pelo Juiz de Garantias de Cuiabá, com parecer favorável da 24ª Promotoria de Justiça, e cumpridas com apoio de policiais civis das delegacias de Sorriso e Sinop, além de fiscais da Vigilância Sanitária Municipal de Cuiabá. O nome da operação, Contraprova, faz referência aos exames de confirmação utilizados para verificar a veracidade dos resultados, simbolizando o papel da Polícia Civil em desmascarar os laudos falsificados emitidos pelos laboratórios investigados.