A vice-prefeita Jéssica Cormick (Avante), sargento da Polícia Militar de São Paulo desde 2005, assumirá a Prefeitura de São Bernardo do Campo depois que o prefeito Marcelo Lima (Podemos) foi afastado por determinação judicial. A medida ocorreu nesta quinta-feira (14), após operação da Polícia Federal que investiga um suposto esquema de corrupção e lavagem de dinheiro.

A PF aponta que a apuração teve início no mês passado, quando foram apreendidos R$ 14 milhões e US$ 500 mil em espécie com Paulo Iran, servidor da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) considerado operador financeiro do esquema. Segundo os investigadores, ele pagava despesas pessoais do prefeito, da esposa e da filha. Parte do valor — R$ 12,2 milhões e US$ 156,9 mil — foi encontrada em sua residência, e R$ 583,3 mil, no interior de seu veículo. O servidor está foragido e é alvo de mandado de prisão.

Marcelo Lima, que havia sido vice-prefeito por dois mandatos na gestão de Orlando Morando (PSDB), foi eleito em outubro de 2024 ao lado de Cormick, que ocupava pela primeira vez um cargo eletivo. A Justiça negou o pedido de prisão contra Lima, mas determinou seu afastamento por um ano, além do uso de tornozeleira eletrônica. Também são investigados o presidente da Câmara Municipal e primo do prefeito, Danilo Lima Ramos (Podemos), e o suplente de vereador Ary José de Oliveira (PRTB).

Com 38 anos, Cormick se especializou na PM em Polícia Ostensiva e Preservação da Ordem Pública, afastando-se da corporação no ano passado para integrar a chapa de Lima. Atualmente, cursa MBA em administração pública. Casada com o também sargento Éder, com quem tem uma filha, Rafaella, nascida em 2013, a prefeita interina assume em meio a forte instabilidade política.

A Polícia Federal afirma que os contratos investigados envolvem as áreas de obras, saúde e manutenção. Os investigados podem responder por organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção passiva e ativa. Até a última atualização, a defesa de Lima e dos demais acusados não havia se manifestado.