A Polícia Civil de Mato Grosso, por meio da Delegacia Especializada de Estelionato e Outras Fraudes de Cuiabá, prestou apoio à Operação Escudo Virtual, deflagrada pela Polícia Civil do Pará, para cumprir mandados de prisão e busca e apreensão contra investigados por crimes cibernéticos. A operação ocorreu nos dias 20 e 21 de maio e teve como foco grupos envolvidos em estelionato, lavagem de dinheiro e associação criminosa, com atuação em diversos estados.
Ao todo, foram cumpridas 97 ordens judiciais em municípios de Mato Grosso (Cuiabá, Várzea Grande e Sinop), São Paulo (Ribeirão Preto, Birigui e Jaboticabal) e Goiás (Rio Verde). Em Mato Grosso, 26 mandados de prisão foram executados, além de dezenas de buscas e apreensões.
Coordenada pela Diretoria Estadual de Combate a Crimes Cibernéticos do Pará, a ação contou com apoio das polícias civis de MT, SP e GO. As investigações apontam que os suspeitos causaram prejuízo direto de mais de R$ 403 mil às vítimas, todas residentes no Pará.
Dois tipos de golpe foram identificados como principais esquemas dos criminosos:
Golpe do Terceiro Intermediário: o estelionatário se passava por comprador de veículos diante do vendedor original e, simultaneamente, por vendedor para o interessado. Após convencer ambos, ele indicava contas bancárias de terceiros para o depósito. Comprovantes de transferência falsos eram utilizados para enganar os verdadeiros donos dos carros. As vítimas percebiam a fraude tarde demais, após terem perdido contato com os golpistas.
Golpe do Falso Parente: os criminosos enviavam mensagens se passando por familiares das vítimas, alegando urgência no pagamento de contas. Após a transferência do valor, o contato era bloqueado. As investigações identificaram que parte dos autores desses crimes reside em Cuiabá.
As autoridades também cumpriram mandado de busca na casa de um investigado por aliciamento de crianças e importunação sexual no meio digital. Durante a operação, foram apreendidos celulares, notebooks, HDs, cartões bancários e documentos.
A delegada Eliane Morais destacou que a participação da Polícia Civil de Mato Grosso foi essencial devido ao grande número de alvos no estado, exigindo apoio logístico, levantamento de endereços e condução de presos. A operação contou com a atuação de diversas divisões da Polícia Civil paraense, incluindo unidades especializadas em crimes econômicos, contra vulneráveis e contra direitos individuais no ambiente cibernético.
Para o delegado paraense Benassuly, a ação reflete o comprometimento das instituições em responsabilizar criminosos digitais, independentemente de sua localização, e ressaltou a importância da cooperação entre os estados para o êxito das investigações.