Foto: Getty Images via BBC
Friday, 07 de November de 2025 - 16:05:17
Por que Elon Musk aposta em robôs humanoides como o futuro da Tesla
TECNOLOGIA E INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

Desde que apresentou o robô humanoide Optimus em 2022, Elon Musk vem afirmando que a criação da Tesla será parte essencial da vida cotidiana no futuro. Para o bilionário, o projeto é mais do que um avanço tecnológico — é uma peça-chave na consolidação da empresa como líder global em inteligência artificial (IA), ao lado dos táxis autônomos e dos caminhões Cybertruck.

Musk acredita que os robôs terão papel central nos lares e nas indústrias, e prometeu entregar um milhão de unidades equipadas com IA até a próxima década. Segundo ele, o Optimus poderá se tornar “o maior produto de todos os tempos — maior que os celulares, maior que qualquer coisa”. O empresário também afirmou que a experiência da Tesla no treinamento de IA aplicada ao mundo real pode acelerar o desenvolvimento de uma inteligência artificial geral (AGI).

A ambição de Musk encontra eco em outras empresas do Vale do Silício. Um relatório do banco Morgan Stanley prevê que a Apple poderá faturar até US$ 133 bilhões anuais com robôs humanoides até 2040. A Foxconn, gigante da eletrônica, já estaria implantando essas máquinas em sua fábrica da Nvidia, no Texas. O apelo da tecnologia é claro: combinar IA avançada com uma estrutura física capaz de interagir com o ambiente humano.

Enquanto companhias como a britânica Humanoid investem em aplicações industriais, outras miram o uso doméstico. O Neo, robô da empresa 1X previsto para 2026, promete executar tarefas simples — como dobrar roupas, esvaziar a lava-louças e buscar objetos — ao custo de US$ 20 mil (cerca de R$ 115 mil). Entretanto, segundo o Wall Street Journal, ele ainda é controlado manualmente por pessoas com headsets de realidade virtual.

Para o analista Brian Hopkins, da Forrester, os avanços na destreza e a queda no preço dos componentes estão tornando os humanoides economicamente viáveis. “Se as tendências se mantiverem, eles poderão transformar várias indústrias de serviços físicos até 2030”, afirma. De restaurantes a casas de repouso, o mercado começa a se preparar para essa nova geração de máquinas.

Entretanto, nem todos os especialistas compartilham o otimismo de Musk. Muitos cientistas da área de robótica consideram desnecessária a forma humana, que encarece e complica o projeto. “Rodas são muito mais eficientes”, resumiu um pesquisador ouvido pela BBC. Ainda assim, o fascínio cultural por figuras como C-3PO, Bender ou o Exterminador do Futuro mantém vivo o desejo de construir máquinas que se pareçam conosco.

O Optimus tem aparecido com mais frequência em demonstrações públicas — recentemente, chegou a servir hambúrgueres e pipoca em uma lanchonete da Tesla em Hollywood. Paralelamente, a Boston Dynamics apresentou uma nova versão do robô Atlas, agora totalmente elétrica, que surpreende por sua agilidade e flexibilidade.

Apesar de cético quanto ao preparo da sociedade, Sam Altman, diretor da OpenAI, reconheceu que a chegada dos humanoides é “um momento prestes a acontecer”. E, embora Musk e Altman mantenham uma rivalidade pública, há consenso entre os dois sobre o inevitável avanço dessas máquinas. Com seu poder econômico e influência, o dono da Tesla parece disposto a liderar a corrida para transformar ficção científica em realidade.

 
Texto/Fonte: G1