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Monday, 14 de April de 2025 - 14:18:09
Pós-operatório do ex-presidente será 'delicado e prolongado'
BOLSONARO SEGUE NA UTI APÓS CIRURGIA E NÃO HÁ PREVISÃO DE ALTA

O ex-presidente Jair Bolsonaro continua internado na UTI de um hospital em Brasília após passar por uma cirurgia de 12 horas no domingo (13). A equipe médica informou nesta segunda-feira (14) que ainda não há previsão de alta.

 

A operação foi feita para tratar uma suboclusão intestinal, uma obstrução parcial no intestino causada por aderências formadas após as cirurgias que ele já realizou por causa da facada sofrida em 2018. Esta foi a sétima cirurgia relacionada ao atentado.

 

Segundo o cardiologista Leandro Echenique, o procedimento foi longo e bastante complexo, mas ocorreu dentro do esperado, sem complicações. No entanto, o pós-operatório é delicado. Como a cirurgia durou muitas horas, o corpo de Bolsonaro apresentou uma resposta inflamatória significativa, o que exige cuidados redobrados.

 

“Ele está sob risco de infecções, problemas de pressão, trombose e dificuldades respiratórias. Por isso, permanece na UTI”, explicou o médico.

 

Ainda de acordo com Echenique, Bolsonaro está acordado, consciente e até fez uma piada com a equipe médica.

 

Cirurgia delicada e abdômen danificado

O cirurgião Cláudio Birolini, que liderou a equipe, explicou que a cirurgia foi necessária porque o ex-presidente estava com o abdômen inchado e exames mostraram aumento de inflamação. Como os tratamentos iniciais não funcionaram, os médicos optaram pela operação.

 

Durante a cirurgia, foram retiradas aderências e reconstruída a parede abdominal, bastante comprometida pelas cirurgias anteriores e pela facada de 2018. Segundo Birolini, o intestino estava com uma dobra que impedia o bom funcionamento.

 

“O intestino estava bastante machucado. A liberação das aderências foi feita com muito cuidado, centímetro por centímetro”, disse. Segundo ele, Bolsonaro provavelmente já apresentava sintomas leves da obstrução há meses.

 

A alimentação, segundo os médicos, não teve relação com o problema. “Comer pastel com caldo de cana não causou isso”, afirmou Birolini.

 

Possibilidade de novas cirurgias

Birolini não descarta a necessidade de novas cirurgias no futuro, embora a expectativa seja de que a operação resolva o problema atual.

 

“Nós fizemos tudo para que fosse uma cirurgia definitiva, mas aderências podem voltar a se formar. É impossível garantir que não haverá outra intervenção”, explicou.

 

O ex-presidente ainda deve passar por um período de recuperação lenta e precisará de cuidados por vários meses. A equipe médica também pediu que as visitas sejam restritas para evitar riscos.

 

Agradecimentos nas redes sociais

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro comemorou o fim da cirurgia em uma postagem nas redes sociais. “Meu coração transborda de gratidão”, escreveu ela, agradecendo às orações e mensagens de apoio.

 

Já Bolsonaro, por meio de sua conta oficial no X (antigo Twitter), agradeceu ao apoio recebido e disse que a recuperação será gradual.

 

“Estou estável, mas a recuperação exige cuidados intensivos. Já é a sexta cirurgia ligada ao atentado que sofri em 2018. Obrigado a todos pelo carinho. Voltaremos!”, disse o ex-presidente.

Texto/Fonte: G1