As cotações futuras da soja e do milho na bolsa de Chicago apresentaram um aumento na última semana, encaminhando-se para uma segunda semana consecutiva de ganhos. O cenário foi impulsionado por diversos fatores, incluindo as recentes enchentes que prejudicaram a colheita no Rio Grande do Sul e uma praga que afetou a produção de milho na Argentina.

Os futuros do trigo também apresentaram um aumento superior a 2%, refletindo preocupações renovadas com o clima seco na Rússia, principal exportador mundial do cereal. No entanto, esses ganhos não foram suficientes para reverter a tendência de perda semanal.

O contrato mais ativo da soja na bolsa de Chicago registrou um aumento de 0,7%, atingindo o valor de 12,0725 dólares por bushel, enquanto o milho avançou 0,9%, alcançando 4,64 dólares por bushel, e o trigo teve um incremento de 2%, chegando a 6,16 dólares por bushel.

Destaca-se que a soja alcançou seus patamares mais altos desde 21 de março, e o milho atingiu os valores mais elevados desde 8 de janeiro.

Em termos de ganhos semanais, a soja registrou um aumento de 2,5%, enquanto o milho apresentou um crescimento de 3%. Por outro lado, o trigo teve uma queda de 0,8% em comparação ao fechamento da última sexta-feira.

A produção agrícola foi severamente afetada pelas enchentes no Rio Grande do Sul, estado que é o segundo maior produtor de soja e o sexto maior produtor de milho no Brasil. De acordo com Vitor Pistoia, analista do Rabobank, as plantações estão submersas em até 30 centímetros de água, o que dificulta a avaliação dos danos. A estimativa é que o estado possa perder cerca de 1 milhão de toneladas de produção.

Além disso, as condições climáticas desfavoráveis na região central do Brasil estão prejudicando as plantações de milho, que estão próximas da colheita e em estágio crítico de desenvolvimento.

Na Argentina, o clima adverso e uma infestação de insetos resultaram na redução da estimativa de safra de milho para o período 2023/24 em 3 milhões de toneladas métricas, totalizando 46,5 toneladas. A Argentina é o terceiro maior exportador de milho do mundo.