A nova Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial, divulgada na quinta-feira (18), definiu que pessoas com pressão arterial de 12 por 8, agora consideradas em estado de pré-hipertensão, devem priorizar mudanças no estilo de vida. O documento recomenda a adoção de medidas não medicamentosas (MNM), sem necessidade de iniciar o uso de remédios.

Entre as práticas recomendadas estão: não fumar, controlar o peso corporal, praticar atividade física regular, reduzir ou evitar o consumo de bebidas alcoólicas, adotar uma alimentação equilibrada e investir em técnicas de manejo do estresse. Segundo os especialistas, embora essas condutas já fossem indicadas ao público em geral, tornam-se ainda mais urgentes para quem apresenta risco aumentado de desenvolver hipertensão.

No campo da alimentação, a diretriz ressalta a importância da dieta DASH (Dietary Approaches to Stop Hypertension). Esse padrão alimentar prioriza frutas, hortaliças, cereais integrais, laticínios com baixo teor de gordura, carnes magras e oleaginosas. O plano restringe gorduras saturadas, carnes gordurosas, grãos refinados e açúcares adicionados, além de reforçar o consumo de potássio, magnésio e cálcio. A redução da ingestão de sódio também é considerada fundamental para manter a pressão sob controle.

O peso corporal, por sua vez, é apontado como fator determinante. A diretriz explica que a perda de peso, ainda que parcial, reduz a pressão arterial e o risco cardiovascular, com efeitos proporcionais à duração do emagrecimento. Essa manutenção depende da adoção de hábitos saudáveis, podendo ser complementada por intervenções médicas ou cirúrgicas em alguns casos.

A atividade física também é destacada como essencial. De acordo com os especialistas, treinos aeróbicos e de resistência reduzem em até 19% a incidência de hipertensão, além de diminuir em aproximadamente 30% o risco de mortalidade em pessoas já hipertensas.

Outro ponto do documento trata do impacto do estresse na saúde cardiovascular. Embora as evidências sobre sua influência direta ainda sejam menos robustas, recomenda-se investir em práticas como meditação e respiração guiada. Para o cardiologista Rogerio Petrassi, do Hospital Beneficência Portuguesa, o mais importante é manter um estilo de vida equilibrado. “A boa saúde deve ser sempre uma meta, com alimentação adequada, prática de exercícios, sono de qualidade e atenção à saúde mental”, defende o médico.