O Projeto Custo de Produção Agropecuária de Mato Grosso (CPA-MT) divulgou, em novembro, a primeira estimativa de custos para a soja na safra 2025/26. O levantamento traz relatório financeiro aos produtores, com um cenário de redução geral nos custos operacionais, mas também reflete o impacto de um mercado global que segue.
O custeio da safra 2025/26 foi estimado em R$ 3.816,14 por hectare , registrando uma redução de 3,87% em comparação à safra anterior. Esse recuo é destacado, principalmente, ao corte nos pacotes tecnológicos usados, como sementes, que tiveram uma queda de 20,05% no custo, e defensivos agrícolas, com redução de 5,20%.
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No âmbito do Custo Operacional Efetivo (COE) , o valor projetado foi de R$ 5.380,63 por hectare , uma redução de 2,08%. O Custo Operacional Total , que inclui depreciações e outros itens, ficou em R$ 6.004,35 por hectare , 1,55% menor que na safra 2024/25.
Apesar dessas quedas, o Custo Total da safra 2025/26 apresentou um aumento de nível de 0,39%, atingindo R$ 7.138,78 por hectare . Esse incremento foi influenciado pelo aumento do custo de oportunidade relacionado à terra e aos benefícios, evidenciando um impacto estrutural que segue pressionando a rentabilidade dos produtores.
Enquanto os custos mostram sinais de redução, o mercado da soja enfrenta desafios importantes. Na bolsa de Chicago, os preços registraram uma desvalorização de 1,57% em relação à semana anterior. O cenário é reflexo do clima favorável aos trabalhos brasileiros, que mantém as expectativas de safra elevada, e do ritmo de comercialização global.
A paridade para o contrato de março de 2025 também sofreu impacto, com redução de 3,50%, influenciada pela queda no preço do prêmio nos portos de Santos. Já no mercado interno, o indicador Imea-MT para a soja apresentou baixa de 1,19%, fechando a semana com uma média de R$ 139,45 por saca de 60 kg .
As perspectivas de custos menores são um alento para os sojicultores de Mato Grosso, especialmente em um contexto de desvalorização do produto no mercado interno e externo. Contudo, o aumento no custo total, puxado pelo custo de oportunidade da terra, reforça que a rentabilidade depende não apenas de ajustes nos gastos com insumos, mas também da recuperação dos preços de venda.
O desafio para 2025/26 será equilibrar a eficiência produtiva com a volatilidade do mercado, considerando especialmente o impacto das decisões globais de compra e o avanço da safra nos principais países concorrentes. Para os produtores, a estratégia deve ser cautelosa, priorizando a gestão de riscos para garantir a competitividade em um mercado cada vez mais solicitada.