O Projeto de Lei que propõe a anistia a todos os envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, ganhou força nas últimas semanas na Câmara dos Deputados. Originalmente concebido em 2022 para beneficiar manifestantes presos após as eleições presidenciais, o projeto foi ampliado para incluir todos que participaram, direta ou indiretamente, dos eventos de janeiro. A proposta foi impulsionada pela oposição, que conseguiu reunir 262 assinaturas – superando o número mínimo de 257 necessários para protocolar o pedido de urgência.
Agora, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), tem a decisão sobre se dará seguimento à proposta. O governo federal, por sua vez, trabalha para reverter o apoio à anistia. A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, pressionou membros da base aliada que votaram a favor do projeto. O governo também espera que, caso a proposta passe na Câmara, ela seja barrada no Senado ou declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal.
Para entender as chances do projeto avançar e as contradições em seu texto, Natuza Nery conversa com Malu Gaspar, colunista do jornal O Globo e comentarista da rádio CBN.