Uma pesquisa realizada pelo instituto Quaest, encomendada pela Genial Investimentos, revela ampla rejeição da população brasileira à tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, anunciada pelo ex-presidente Donald Trump. Segundo o levantamento, 72% dos entrevistados afirmam que Trump está errado, e 79% acreditam que a medida prejudicará diretamente suas vidas ou as de suas famílias.
O estudo, feito entre os dias 10 e 14 de julho com 2.004 pessoas em 120 municípios, mostra também que a polêmica está influenciando a percepção pública sobre o governo Lula. A aprovação do presidente subiu de 40% para 43%, enquanto a desaprovação caiu de 57% para 53%.
De acordo com o diretor da Quaest, Felipe Nunes, o embate com Trump ajudou o governo a recuperar apoio, principalmente entre a classe média do Sudeste, eleitores com maior nível de escolaridade e mais informados. “São pessoas que se sentem mais impactadas pelas tarifas e veem o presidente como atuando corretamente, o que reforça sua avaliação positiva”, explicou.
A pesquisa ainda mostra que a reação do presidente Lula conta com o apoio de 53% dos entrevistados, que concordam com a estratégia de reciprocidade. Outros 55% acreditam que o petista provocou Trump ao criticá-lo durante o encontro dos BRICS, mas mesmo assim, a maioria considera que ele agiu corretamente.
Outros dados relevantes revelam que:
63% discordam da alegação de Trump de que a relação comercial Brasil-EUA é injusta;
57% dizem que Trump não tem o direito de criticar o processo judicial contra Jair Bolsonaro;
84% defendem união entre governo e oposição para enfrentar o tarifaço;
59% acham que Trump não vai recuar da decisão;
53% dizem que a carta de Trump não influenciará seu voto em 2026;
44% afirmam que Lula e o PT estão agindo da forma mais correta, contra 29% que apontam Bolsonaro e aliados.
A pesquisa indica que, embora Trump continue a ter apoio de parte da população brasileira, suas medidas econômicas contra o país são vistas majoritariamente como injustas e potencialmente prejudiciais. Além disso, o episódio tem ajudado Lula a ampliar sua base de apoio para além dos eleitores mais ideológicos, unificando setores da esquerda e atraindo simpatia de segmentos centristas e menos politizados.