Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO
Wednesday, 20 de August de 2025 - 09:44:01
Quaest aponta que maioria vê Eduardo Bolsonaro defendendo interesses próprios e da família
QUAEST MOSTRA AVALIAÇÃO SOBRE EDUARDO BOLSONARO E TARIFAÇO DE TRUMP

A pesquisa Quaest, encomendada pela Genial Investimentos e realizada entre 13 e 17 de agosto, ouviu 2.004 brasileiros em 120 municípios e revelou que 69% dos entrevistados acreditam que o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) atua em defesa de interesses pessoais e da família, enquanto apenas 23% veem sua atuação voltada ao Brasil. Outros 8% não souberam responder. A margem de erro do levantamento é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%.

O estudo também mediu a avaliação do governo Lula (PT). Atualmente, 51% dos entrevistados desaprovam a gestão, contra 46% que aprovam. Essa diferença de cinco pontos representa o menor distanciamento desde janeiro de 2025, quando houve empate técnico. Para Felipe Nunes, diretor da Quaest, a melhora na aprovação está relacionada tanto à percepção de queda no preço dos alimentos quanto à postura firme de Lula diante do tarifaço imposto por Donald Trump aos produtos brasileiros.

A imposição da tarifa de 50% pelos Estados Unidos é conhecida por 84% dos brasileiros, percentual que subiu em relação a julho, quando 66% afirmaram estar cientes do anúncio. Apenas 16% disseram não conhecer o assunto, índice que antes chegava a 33%. A maioria (64%) acredita que a medida vai encarecer os alimentos no Brasil, enquanto 18% avaliam que os preços podem cair e 13% que não devem mudar. Para 5%, não há opinião formada.

A percepção negativa recai com mais força sobre a família Bolsonaro. Segundo o levantamento, 55% acreditam que Jair e Eduardo Bolsonaro agem mal no enfrentamento ao tarifaço de Trump. No caso de Lula, 46% consideram que ele conduz de maneira inadequada a questão, mas 44% afirmam que age bem, o que configura empate técnico.

A Quaest também apurou como os brasileiros enxergam as motivações do presidente norte-americano. Para 51%, Trump foi movido por interesses políticos, enquanto 23% atribuem a medida à defesa do comércio americano. Apenas 2% mencionaram razões pessoais, e outros 2% citaram motivos diversos. Já 22% não souberam ou não responderam. A avaliação sobre a decisão de Trump também é majoritariamente crítica: 71% acreditam que ele está errado ao adotar as tarifas, contra 21% que consideram a atitude correta.

Sobre as consequências do tarifaço na vida cotidiana, 77% dos entrevistados disseram que a medida afetará negativamente suas vidas. Em julho, esse percentual era de 79%. Já 20% acreditam que não haverá prejuízos, enquanto 3% não souberam avaliar.

No campo das alternativas de reação, a maioria (67%) defende que o Brasil busque a via da negociação com os Estados Unidos, número que cresceu em relação a julho, quando eram 61%. Por outro lado, caiu de 31% para 26% o grupo que apoia retaliação com novas taxas.

Em relação a quem estaria “do lado certo” nesse embate, 48% dos entrevistados afirmaram que Lula e o PT têm adotado a postura mais adequada, enquanto 28% citaram Bolsonaro e seus aliados. Para 15%, nenhum dos lados age corretamente, e 9% não souberam ou não quiseram responder.

Texto/Fonte: G1