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Terça, 16 de junho de 2020 - 16:38:48
Quem invadir hospitais em MT será preso, diz secretário de Saúde
CORONAVIRUS
Gilberto Figueiredo disse que declaração do presidente é "totalmente desproposital"

O secretário de Estado de Saúde Gilberto Figueiredo afirmou que qualquer cidadão que tentar invadir hospitais públicos sob o pretexto de “fiscalizar” leitos disponíveis a pacientes Covid-19 será preso.

 

A declaração é uma reação à postura do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que, durante uma live, pediu que seus apoiadores “arranjem uma maneira de entrar e filmar os hospitais”.

 

“Muita gente está fazendo isso, mas mais gente tem que fazer, para mostrar se os leitos estão ocupados ou não, se os gastos são compatíveis ou não", disse o presidente.

 

As declarações foram classificadas como “altamente reprováveis” pelo secretário Gilberto.

 

“Isso não vai ocorrer em hospitais de gestão do Estado. Quem quiser fazer isso e forçar fazer isso, vai ser preso”, disse o secretário, em uma nova coletiva à imprensa virtual na manhã desta terça-feira (16).

É totalmente desproposital. Quem quiser fazer isso e forçar fazer isso, vai ser preso

 

“Tem lei que proíbe. E isso é para a segurança das pessoas. Nem mesmo visitas a pacientes são liberadas, ainda mais pessoas irem pra dentro fazer ‘supervisão’ ou invasão dessa natureza”, emendou.

 

Segundo o secretário, tal postura em um ambiente hospital já é impensável em qualquer situação, tonando-se mais grave ainda no momento em que o país atravessa uma pandemia.

 

Ele lembrou, inclusive, que o novo coronavírus é uma infecção altamente contagiosa, não havendo qualquer razão para estimular pessoas a entrarem nos hospitais.

 

“É totalmente desproposital essa sugestão e não vem ao encontro do que pensa quase que a totalidade dos secretários do País”, disse o secretário.

 

Retirada de vídeo

 

Na última segunda (15), o PSOL apresentou uma ação civil pública em que solicita que a Justiça obrigue o presidente Jair Bolsonaro a tirar do ar o vídeo em que incentiva as pessoas a entrarem nos hospitais.

 

O partido também quer que o presidente grave novo material para orientar seus seguidores a não repetirem tal ato.

O juiz federal Paulo Cezar Duran, da 10ª Vara Cível de São Paulo, despachou o processo ainda na noite de ontem, intimando a União sobre o caso.

 

“Intime-se com urgência a União, excepcionalmente por mandado, a fim de que se manifeste no prazo de 72 (setenta e duas) horas, nos termos do artigo 2º da Lei 8.437/1992. Outrossim, dê-se vista ao Ministério Público Federal pelo mesmo prazo acima assinalado. Sem prejuízo, forneça a parte autora os endereços do Facebook e do Google no prazo de 5 (cinco) dias. Após, tornem os autos conclusos. Int.”, diz o magistrado no despacho.

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