A Justiça do Rio de Janeiro expediu mandado de prisão preventiva contra o rapper Oruam — nome artístico de Mauro Davi dos Santos Nepomuceno — após uma série de acusações que incluem tráfico de drogas, associação ao tráfico, resistência, desacato, dano, ameaça e lesão corporal. A decisão foi assinada pela juíza Ane Cristine Scheele Santos.
Segundo a magistrada, a prisão preventiva se justifica “para a garantia da ordem pública e conveniência da instrução criminal”, com base nos indícios de autoria e risco decorrente da liberdade do investigado. O artista, filho do traficante Marcinho VP, buscou refúgio no Complexo da Penha após o episódio. Em vídeos publicados nas redes sociais, ele desafiou as autoridades: “Eu quero ver você vir aqui, pô! Me pegar aqui dentro do Complexo!”.
O caso teve início quando a Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) tentou cumprir um mandado de busca e apreensão contra um adolescente de 17 anos conhecido como “Menor Piu”, apontado como ladrão de veículos e segurança do traficante Doca, chefe do Comando Vermelho no RJ. O jovem estava na casa de Oruam no Joá, Zona Oeste da capital fluminense.
Após avistar a abordagem policial, Oruam lançou pedras contra a viatura, ferindo um agente. Em seguida, desceu à rua, insultou os policiais e incitou seguidores a se reunirem no local: “Me ajuda, eles estão aqui na minha porta”. No tumulto, o menor apreendido conseguiu fugir da viatura, e os policiais entraram na residência sob alegação de flagrante. Um homem foi preso.
Posteriormente, o rapper apareceu em vídeos afirmando estar no Complexo da Penha, alegando perseguição policial: “Claro que ele vai querer prender nós! Nós é filho de bandido! Nós não é ninguém”. Em outro trecho, citou o pai e o traficante Elias Maluco, homenageado por ele com uma tatuagem.
O secretário de Polícia Civil, delegada Rivaldo Barbosa, classificou Oruam como “bandido da pior espécie”, associado ao tráfico e faccionado ao Comando Vermelho. “Ele deixou de ser artista para ser criminoso”, declarou.
Oruam já era alvo de investigação por outro episódio, no qual foi encontrado em sua mansão um homem armado procurado por organização criminosa. Além disso, foi indiciado por disparos de arma de fogo feitos em um condomínio de São Paulo no final de 2023.
A defesa do rapper afirmou não ter tido acesso ao inquérito e, por isso, não se manifestará por ora. A prisão preventiva não tem prazo determinado.