A Reag Capital Holding solicitou o cancelamento de seu registro como companhia aberta na CVM, passando a empresa de capital fechado. Com isso, a holding não precisará mais seguir as regras de transparência e prestação de contas exigidas para companhias abertas, mesmo na categoria B, destinada a empresas que emitem títulos ao público, mas não têm ações listadas na bolsa.
A decisão, segundo a própria Reag, reflete uma estratégia de simplificação societária e foco em negócios com maior diferencial competitivo, sem alterações na composição acionária.
O movimento ocorre após a megaoperação da Polícia Federal contra o PCC, que investigou um esquema bilionário no setor de combustíveis. A operação incluiu a Reag Investimentos, então controlada pela holding, que acabou sendo vendida para a Arandu — formada pelos principais executivos da Reag — por cerca de R$ 100 milhões pela participação restante de 87,38%.
A reorganização também resultou na saída de Altair Tadeu Rossato (conselheiro independente e membro do comitê de auditoria) e de Fabiana Franco (diretora financeira). Além disso, a holding firmou um acordo de exclusividade com a B100, controladora da Planner Corretora, para vender a Ciabrasf, empresa de administração de fundos e custódia do grupo.
Em nota, a Reag reforçou que não mantém qualquer relação com grupos criminosos, incluindo o PCC, e que atua sempre em conformidade com a legislação e padrões de governança, compliance e auditoria.
A megaoperação da PF foi considerada a maior do Brasil contra o crime organizado e teve como objetivo desarticular esquemas bilionários que utilizavam empresas como a Reag Investimentos para criar fundos e blindar patrimônios ilícitos.