A aliança política entre Elon Musk e Donald Trump, que começou com trocas públicas de elogios e culminou na nomeação do bilionário para um cargo especial no governo, chegou oficialmente ao fim nesta semana. Musk deixou o comando do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE) na quarta-feira (28), dois dias antes do limite legal de 130 dias para ocupar cargos especiais.
A saída ocorreu um dia após críticas de Musk a um plano fiscal de Trump que, segundo ele, aumentaria os gastos públicos e prejudicaria o trabalho do departamento. Apesar da ruptura, Musk publicou no X (antigo Twitter) um agradecimento ao presidente pela oportunidade, sem sinais de conflito aberto.
A relação entre ambos se intensificou após a eleição de Trump, com Musk se tornando figura central da campanha republicana e investindo mais de US$ 200 milhões no partido. Ele participou de comícios, atacou democratas nas redes sociais e chegou a ser chamado de “supergênio” por Trump.
Com o tempo, no entanto, surgiram sinais de desgaste. Fontes da Casa Branca relatam que Musk passou a ser visto como imprevisível e um possível estorvo político. Em abril, o bilionário pressionou contra tarifas internacionais e criticou membros do governo, incluindo o assessor Peter Navarro, a quem chamou de “imbecil”.
Apesar das negativas públicas de que Musk deixaria o governo, a separação foi rápida e silenciosa, sem uma conversa final entre os dois. Trump afirmou em rede social que Musk continuará ajudando “sempre”, mas não comentou diretamente a saída.
A Casa Branca agradeceu oficialmente os serviços prestados, enquanto Musk compartilhou postagens insinuando que a mídia tentaria retratar um rompimento maior do que o ocorrido. Ainda assim, o “casamento” político que começou com juras públicas de admiração parece agora encerrado.